Tudo parece conspirar para a difusão do stand-up pouch – mas a previsão não deve ser confundida com torcida
Por Guilherme Kamio*
As diversas reportagens e até um congresso que dedicamos ao stand-up pouch já levaram representantes de soluções concorrentes a insinuar um favorecimento de EmbalagemMarca a esse tipo de embalagem flexível, capaz de repousar em pé graças ao desenho sanfonado de sua base. Não existe privilégio. A atenção dispensada ao SUP meramente reflete uma inclinação apurada pela equipe da revista em análises de mercado e na interação com seus agentes.
É confortante quando nossas apostas recebem apoio de novos elementos. É o caso de um estudo recém-divulgado pela Euromonitor. A empresa de pesquisa de mercado aponta o stand-up pouch como destaque entre as apresentações adotadas pela indústria alimentícia mundial – cujo consumo de embalagens primárias alcançou 1,9 trilhão de unidades em 2014, índice 3% maior que o do ano anterior.
A Euromonitor prevê que o uso de stand-up pouches no setor de alimentos evolua a uma taxa média anual de 6% nos próximos cinco anos. “O pouch tem sido integrado ao portfólio de muitas marcas”, observa Rosemarie Downey, chefe de pesquisas de embalagem na Euromonitor. “Ele vem sendo utilizado como solução para ir ao forno de micro-ondas por refeições prontas, massas e arroz; como embalagem para compartilhar biscoitos, confeitos e snacks; e como embalagem de dose única, para consumo direto, por sorvetes, iogurtes e papinhas.”
Desse quadro de ascensão, a Euromonitor aponta como exemplos cereais matinais da Kellogg’s na França, refeições prontas da Heinz na Austrália e milho doce da Green Giant (General Mills) nos Estados Unidos. “Já podemos dizer que o stand-up pouch consolidou-se no mainstream”, declara Rosemarie.
Além de poder transmitir a ideia de refinamento para produtos já distribuídos em outros formatos de embalagem flexível, o stand-up pouch tende a soar racional para produtos tradicionalmente vendidos em pacotes inseridos em cartuchos – grãos e cereais, misturas para bolos, farináceos em geral.
Não é questão de desmerecer o método do bag-in-box nem de, mais uma vez, “torcer” pelo stand-up pouch. Qualquer substituição de embalagem implica uma avaliação criteriosa: se o pouch trouxer estorvos ao arranjo nas caixas de despacho e não sinalizar uma chance clara de ganho em exposição nos pontos de venda, por exemplo, sua implantação pode não valer a pena.
As oportunidades para a bolsa plástica autossustentável, porém, não se limitam aos possíveis deslocamentos de outras soluções. Conforme assinala o documento da Euromonitor, outro fator que certamente contribuirá para o avanço será o aumento da oferta de alimentos processados nos países emergentes, especialmente Índia e China. Como se vê, tudo parece conspirar para o sucesso do stand-up pouch. É o contexto, e não nosso texto, o que determina a perspectiva positiva para essa embalagem.
* Jornalista, editor executivo de EmbalagemMarca. E-mail: guma@embalagemmarca.com.br.