O desperdício de alimentos é um problema global que atinge toda a cadeia produtiva, desde o processamento, distribuição, varejo, até a mesa do consumidor, gerando impactos não apenas ambientais, mas sociais e econômicos. Na América Latina, estima-se que o descarte atinja 4,4% das vendas do varejo. Entre os fatores indicados como principais causadores do desperdício estão os alimentos fora do prazo de validade e produtos estragados, que contabilizam juntos uma média de 40% das perdas nos três países e embalagens danificadas que são responsáveis por 13% do desperdício.
Esses dados fazem parte da pesquisa “Soluções para reduzir o desperdício de alimentos no varejo na América Latina”, realizada pela Sealed Air Food Care, em parceria com a Nielsen e associações supermercadistas. O estudo, realizado no Brasil, Argentina e México, ouviu 194 profissionais do setor e mais de 3 000 consumidores.
Todo ano 1,3 bilhão de toneladas de alimentos são jogados fora em todo o mundo e a América Latina e Caribe são responsáveis por 6% do desperdício global, segundo dados da Organização nas Nações Unidas para Alimentação e Agricultura. O setor do varejo é responsável por boa parte dessas perdas e o descarte contabilizado apenas nas lojas seria suficiente para alimentar mais de 30 milhões de pessoas, ou 64% dos indivíduos que passam fome na região.
De acordo com o estudo da Sealed Air, no Brasil e México as maiores perdas no varejo estão no setor de frutas, legumes e verduras, com média de 11%, seguida por carnes e pescados, representando aproximadamente 7% do total. Já na Argentina, a seção de carne e frutos do mar lidera com 13%. A falta de qualidade das embalagens aparece em terceiro lugar como causadora desse desperdício, antecedida por deterioração de alimentos e produtos fora da data de validade. A falta de resistência desses materiais prejudica a manutenção do frescor e a vida útil do alimento. No Brasil, o departamento de carnes e frutos do mar é o mais comprometido com 28%, já no México, a seção de rotisseria com 32% e na Argentina, a de delicatessen, 14%.
“As tecnologias de embalagens permitem que o varejo minimize esses problemas. O alimento pode chegar ao varejo já embalado em porções, com garantia de origem, pronto para ser exposto nas gôndolas, o que reduz os custos operacionais com reprocesso, mantém a integridade original e minimiza as perdas no ponto de venda”, diz o vice-presidente da Sealed Air Food Care na América Latina, Tobias Grasso.
De acordo com a pesquisa, os consumidores latino-americanos estão mais preocupados com problemas ambientais, como poluição do ar e a escassez de água do que com o desperdício de alimentos. No entanto, quando eles têm acesso às causas do desperdício e entendem que as embalagens adequadas podem ajudar a minimizar o problema, a maioria passa a valorizar a adoção dessas soluções. Mais de 90% dos consumidores reconheceram o benefício da embalagem em garantir o frescor por mais tempo, a integridade do alimento e proteger contra os germes. Os consumidores revelaram também que valorizam lojas que vendam produtos que ajudam a reduzir o índice de comida desperdiçada. No Brasil esse índice atinge 86%, seguido do México com 84% e 81% na Argentina.
“A embalagem é uma solução real para conter o alto índice de desperdício de alimentos. É importante fomentar a conscientização sobre os benefícios dessas tecnologias no que se refere à preservação da qualidade, frescor e a redução das perdas ao longo da cadeia. Esse conhecimento vai aumentar a intenção de compra e, no final, haverá um incremento nos resultados”, detalha o executivo.