O desempenho da indústria de embalagens plásticas flexíveis no primeiro semestre de 2024 teve crescimento sustentável, apesar dos desafios econômicos e climáticos enfrentados. O estudo foi feito com exclusividade pela consultoria Maxiquim para a Abief (Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Flexíveis).
Segundo o estudo, o setor de embalagens plásticas flexíveis registrou um aumento de 5,6% na produção, atingindo um total de 1.133 mil toneladas no primeiro semestre de 2024 em comparação ao mesmo período do ano anterior. Esse crescimento reflete a resiliência dessa indústria, impulsionada principalmente pela demanda dos mercados de alimentos e agropecuária, que cresceram 7,7% e 10,9%, respectivamente. A alta é mais expressiva no consumo aparente: 8,2% no comparativo do primeiro semestre de 2024 contra o mesmo período de 2023.
O setor de alimentos continua sendo o grande cliente da indústria de embalagens plásticas flexíveis com um consumo de 41% do total produzido. Na sequência vêm: agropecuária e varejo, cada um com 13% de participação; bebidas, 12%; e industrial, 9%. Contudo, o setor que registrou a maior alta no consumo de embalagens plásticas flexíveis no período foi pet food com 26,7%; limpeza doméstica e higiene pessoal também registraram uma alta expressiva de 13% e 10,8%, respectivamente.
As resinas mais consumidas pelo setor foram PEBD (polietileno de baixa densidade) e PEBDL (polietileno linear de baixa densidade), com alta de 6% no primeiro semestre de 2024 em comparação a igual período do ano anterior, seguidas por PP (polipropileno), +5%, e PEAD (polietileno de alta densidade), +3,1%. Filmes shrink (encolhíveis) responderam por 12% do total produzido; sacolas e sacos por 10%; e filmes stretch (estiráveis) por 8%. As estruturas monocamada dominam, com 61% de participação.
As enchentes no Rio Grande do Sul, em maio deste ano, tiveram impactos significativos na produção local de filmes flexíveis, além de reduzir temporariamente a demanda na região. Mas de acordo com o estudo, houve uma rápida recuperação, com a maioria das empresas retomando suas operações até agosto, o que contribui para um avanço mais acentuado da produção industrial no final do semestre.
No âmbito do comércio exterior, o setor observou um aumento expressivo de 63,4% nas importações em relação ao primeiro semestre de 2023, enquanto as exportações registraram uma queda de 6,5%. Esses números refletem as flutuações do mercado global e as estratégias de abastecimento da indústria brasileira.
“Com base neste cenário, entendemos que o segundo semestre de 2024 chega com perspectivas positivas. Entre elas, a expectativa de aumento na demanda por resinas recicladas, favorecendo uma produção mais sustentável”, diz o p presidente da Abief, Rogério Mani. Segundo o empresário, outra aposta forte é o fortalecimento do poder de compra das famílias brasileiras que deve continuar impulsionando o consumo de embalagens flexíveis, especialmente nos setores de alimentos e bens de consumo.
“O fortalecimento do consumo tem a ver com a sazonalidade do segundo semestre, mas também com o crescente poder de compra das famílias em função do cenário de melhora da situação financeira e do mercado aquecido. Mas precisamos ficar atentos à inflação dos alimentos, que caiu em julho, mas pode frear esse cenário, caso volte a ficar pressionada nos próximos meses”, ele completa.