Parceria entre a Packseven, fabricante de filmes flexíveis, e a Gerdau Graphene, primeira empresa das Américas de nanotecnologia de alta performance voltada para o desenvolvimento e comercialização de produtos com grafeno, apresenta ao mercado o seu primeiro produto comercial. As empresas desenvolveram o primeiro filme stretch com grafeno do mundo, uma versão mais fina e extremamente mais resistente do que o material original, sem grafeno.
Kléber Ávila, CEO da Packseven, conta que o objetivo é oferecer um filme mais resistente ao mercado. “O stretch com grafeno potencializa as qualidades já conhecidas do filme, com mais resistência aos materiais ofensivos, como pontas que podem furá-lo por exemplo, maior rendimento, reduzindo o consumo no estiramento e, consequentemente, melhora significativa na segurança da carga”, ressalta.
Flavia Zangrandi, Head de Produtos da Gerdau Graphene, explica que o grafeno é um dos materiais mais estudados no mundo, mas ainda novo no mercado: “Hoje, a Gerdau Graphene é uma das poucas empresas no mundo a desenvolver aditivos e produto com nano materiais a base de carbono, conhecidos como grafeno, em escala comercial. Temos em nossa Proposta de Valor transformar o grafeno em produtos que possam ser usados em escala industrial. Por meio da nossa parceria com a Packseven, vamos entregar ao mercado um filme de alto desempenho e baixa gramatura.”
O grafeno, considerado o material mais forte da Terra, é formado por folhas de carbono densamente compactada de um a dez átomos de espessura. O material pode ser misturado com plásticos, emprestando sua incrível resistência à matriz polimérica e tornando o material plástico combinado muito mais forte. Além de melhorar as propriedades físicas e mecânicas, o grafeno também aumenta as propriedades de barreira contra líquidos e gases; proteção contra intempéries, oxidação e luz UV; e aumento da condutividade elétrica e térmica.
Em filmes plásticos à base de PE, a adição de grafeno tem demonstrado ganhos expressivos de resistência ao material, ao mesmo tempo em que é possível se reduzir a espessura do filme. A adição de grafeno permite assim um ganho de performance aliado redução de plástico virgem no produto ou o aumento de plástico reciclado na composição do produto final.
Nos testes iniciais, o primeiro stretch com grafeno do mundo suportou 120% acima do estiramento comum (capacidade de esticar sem se romper), com expectativas superiores para a versão final, prevista para chegar ao mercado em dois meses.
Com um filme mais resistente, o Stretch grafeno reduz o consumo por pallet e aumenta a segurança nas cargas. Outro diferencial é a cor do produto, levemente prateada. Até então, os filmes com cores mais opacas e acinzentadas remetiam a filmes reciclados, que são menos resistentes.
Nos últimos meses, a Gerdau Graphene – empresa do cluster de sustentabilidade da Gerdau Next, braço de novos negócios da Gerdau – tem desenvolvido uma série de soluções no mercado com o seu masterbatch, Poly-G, que incorpora grafeno em resinas plásticas como o PE. Entre estes desenvolvimentos, Flávia destaca o uso do Poly-G em embalagens de pregos fabricados nas unidades industriais da produtora de aço. “O uso do novo filme plástico enriquecido com 1% de grafeno possibilitou reduzir a espessura e aumentar a resistência das embalagens, diminuindo as perdas do processo de empacotamento devido à diminuição da perfuração. Com isso, houve uma redução de 40% no volume de embalagens danificadas e um aumento de 7% na produtividade de filmes”, reforça Flavia. “Melhorar as qualidades dos materiais com o uso do grafeno tem um impacto significativo em sua sustentabilidade, além de reduzir custos”, completa.