Por Adriano Rodrigo dos Santos*
Em um passado não tão distante, era comum associarmos os alimentos em conservas ou úmidos a embalagens de metal ou vidro. Esses dois tipos de materiais dominaram por décadas o mercado de produtos esterilizados. A explicação é simples: tanto o metal quanto o vidro suportam temperaturas ao redor de 120°C a ponto de eliminar quaisquer microorganismos e, assim, garantir a qualidade do produto.
As embalagens flexíveis conhecidas como retort assumiram uma fatia importante no mercado nos últimos anos e conquistaram as empresas e consumidores com operações qualificadas e otimizadas, trazendo benefícios diretos na logística e transporte das embalagens, assim como para a segurança alimentar.
O crescimento do retort pouch nos últimos anos ocorreu sobretudo com o desenvolvimento de soluções adesivas resistentes ao processo de esterilização. Hoje, as tecnologias adesivas de qualidade garantem a integridade dos substratos durante o processo de autoclave, com temperaturas superiores a 120°C por cerca de 1 hora para livrar o ambiente de contaminações bacterianas.
Resistentes ao processo de esterilização, os adesivos certificados deram a resposta que a indústria de embalagem tanto queria em termos de segurança alimentar: que os alimentos em embalagens retort jamais teriam contato com os adesivos.
Esse avanço tecnológico, de quebra, permitiu que as indústrias pet, alimentícia e de saúde, principalmente, investissem em embalagens flexíveis esterilizadas. O mercado de embalagens flexíveis deve ganhar ainda mais espaço.
De acordo com o último relatório de pesquisa da Global Market Insights, o segmento global desse tipo de embalagem girou em torno de 260 bilhões de dólares em 2021, algo em torno de R$ 1,4 trilhão. Para 2028, essas cifras devem saltar para 390 bilhões de dólares, mais de R$ 2 trilhões. Outro dado interessante, desta vez da Flexible Packaging Association: mais de 60% dos consumidores nos países da América do Norte aceitam pagar mais por embalagens que ofereçam benefícios funcionais, isso é, maior facilidade no manuseio.
A maleabilidade da embalagem, desde que atenda aos requisitos assegurados para a segurança alimentar, garante processos com maior custo-benefício e facilidades no armazenamento e transporte, beneficiando todas as etapas logísticas. Ainda dentro da indústria, as embalagens flexíveis ampliam as possibilidades visuais da marca/produto dada sua ótima superfície para impressão.
O conceito de segurança alimentar envolve todas as etapas de produção até que o alimento chegue ao consumidor em perfeitas condições e, portanto, exige as melhores práticas na preparação, manipulação e armazenamento de alimentos. Neste sentido, as embalagens retorts oferecem alta barreira e resistência, permitindo o manuseio sem afetar a integridade do produto. Além disso, os retorts são mais eficientes no armazenamento, com a vantagem de usar menos material em relação às embalagens convencionais.
O consumidor quer mais do que um produto em perfeitas condições de uso. Ele busca experiências positivas antes, durante e depois de consumir o produto. Os materiais flexíveis são mais fáceis de transportar e abrir. E quando abertos, os retorts oferecem melhores formas para dosar a quantidade, além de permitir o armazenamento seguro, preservando a qualidade do alimento dentro da embalagem.