O Laboratório de Embalagem e Acondicionamento (LEA), do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), está ampliando a gama de testes e serviços prestados à indústria de embalagens, com a reforma de suas instalações e novos equipamentos. Os investimentos foram de 400 mil reais, por meio do projeto de modernização do IPT, que desde 2008 mobilizou 150 milhões de reais em recursos do Governo do Estado em novas capacitações, equipamentos, treinamento e instalações. De uma área total de 420 metros quadrados do laboratório, 372 metros quadrados ou 88,5% passaram por reformas para viabilizar seu novo layout de operação.
O destaque dos investimentos é a nova câmara fria, com área de 9 metros quadrados, para testes de embalagens de itens congelados ou refrigerados, que pode chegar à temperatura de menos 35 graus centígrados. Além de servir ao setor alimentício, esse equipamento é importante para ensaios com produtos perigosos, segundo classificação da Organização das Nações Unidas (ONU), que define nove categorias desses produtos, como corrosíveis e inflamáveis, entre outros.
Na câmara, são feitos, por exemplo, ensaios de queda de sacos plásticos com grãos de polietileno. Esses grãos simulam o produto que deve ser armazenado. Mas há também outros ensaios. Um dos primeiros testes da nova câmara foi com uma carga de iogurte, que deve ficar estocada com temperatura entre cinco e oito graus centígrados. O iogurte também passa por ensaio de vibração, para verificar possíveis alterações sob as condições de transporte.
O laboratório também ajuda as empresas a escolherem os equipamentos para operação de estoques, como é o caso de empilhadeiras e paletes, que precisam ter sua interação verificada. O LEA realiza ensaios de impacto contra empilhadeiras, para verificar, por exemplo, a resistência à entrada de garfo da empilhadeira. O teste verifica também a estabilidade das pilhas, para que os operadores possam trabalhar em segurança, sem risco de acidentes por tombamento, entre outros.
Outro equipamento novo no laboratório é uma mesa de vibração para 1,8 tonelada, com dimensões de 1,5 metro por 1,5 metro. A mesa que o laboratório já mantinha tem capacidade para 1,2 tonelada. Essas mesas produzem impactos repetitivos e de diferentes frequências, como nas situações de transporte rodoviário e aéreo.
Além disso, os equipamentos de controle da mesa antiga são novos, o que significa que os ajustes para a realização de ensaios, que levavam um dia de trabalho, agora são feitos em poucos minutos. “Ganhamos em produtividade com os novos controles”, afirma afirma Rogério Parra, pesquisador do LEA, que é ligado ao Centro de Integridade de Estruturas de Equipamentos (Cinteq), uma das 12 unidades tecnológicas do IPT.
A simulação de vibrações no transporte é um teste importante também para os produtos eletrônicos, que são avaliados dentro de embalagens, em pilhas na mesa de vibração. São feitos também outros testes, como de queda, compressão, resistência de alça e resistência do fundo de embalagem. Segundo o pesquisador, o LEA é dos mais equipados do País e uma referência estratégica para a indústria.