Por Jayme Fagundes*
Para os organizadores da Good Days, associação norte-americana sem fins-lucrativos, 10 de julho deveria ser declarado como o “Dia da Consciência da Doença Crônica” para lembrar de todos aqueles que são portadores de doenças crônicas e, por isso, permanentemente dependentes de medicamentos.
A indústria farmacêutica tem feito grandes progressos no desenvolvimento de remédios incrivelmente eficazes para tratar essas doenças. Normalmente, são injetáveis usados diária ou semanalmente, o que representa uma sobrecarga para os pacientes. Assim, faz sentido que os mesmos façam suas próprias aplicações de forma segura e com menor desconforto possível. Muitos dos novos remédios só podem ser armazenados de maneira estável sob a forma liofilizada e, antes da injeção, o medicamento deve ser diluído com o diluente apropriado.
Para isso, o paciente precisa de dois frascos, com conteúdos diferentes, um contendo uma seringa com o medicamento liofilizado e outro com o diluente, além de duas agulhas hipodérmicas. Primeiro, o diluente deve ser retirado de um dos frascos e injetado no segundo frasco para reconstituição, por meio de uma seringa e uma agulha própria para diluição. Em seguida, o medicamento é retirado novamente com a seringa para, então, ser administrado no paciente, usando uma nova agulha própria para injeção. A quantidade de passos a serem dados aumenta o risco de erro na dosagem, uma possível contaminação, além da possibilidade de o paciente perder a proporção da mistura.
Uma maneira de administrar esses medicamentos é por meio de um sistema de caneta e um carpule com duas câmaras que contém os dois componentes do fármaco – a parte liofilizada e o diluente. Seu funcionamento ocorre da seguinte maneira: quando a caneta é ativada, o êmbolo é deslocado para o local de passagem, chamado “by pass“, e o líquido flui para dentro da câmara seguinte, ocorrendo, então, a mistura ou reconstituição do medicamento, o qual pode ser injetado sem qualquer risco de contaminação e na dosagem exata, pelo simples acionamento da caneta.
Esses carpules são compatíveis com os sistemas de caneta mais comumente usados e podem ser adaptados para atender necessidades específicas da indústria farmacêutica. O sistema é seguro e confortável para o paciente e traz grandes benefícios para os fabricantes farmacêuticos. Muitos dos novos remédios são disponibilizados inicialmente como liofilizados, pois os fabricantes ainda estão à procura da solução para armazenar os ingredientes ativos de maneira estável na forma líquida. Se eles puderem optar por um carpule com câmara dupla, terão resolvido a questão do armazenamento em uma única embalagem (no caso do frasco com o medicamento e o outro com o diluente), a reconstituição será facilitada, o medicamento administrado com segurança e aumentará a conveniência para o paciente – quatro vantagens de uma única vez.
* Jayme Fagundes é gerente de produto para América do Sul da Schott Brasil