Como a prática ESG se torna uma chancela importante na indústria do plástico?

Por Kleber Ávila*

*Kléber Ávila é diretor geral da Packseven

A prática ESG (Environmental, Social and Governance) na indústria do Plástico é totalmente possível e existem oportunidades latentes de construção desta trajetória. Tanto para as empresas do setor, que ainda percorrem os possíveis caminhos para essa prática, quanto para as entidades reguladoras, que podem fortalecer a cadeia.

Recentemente, a ABIPLAST – Associação Brasileira da Indústria do Plástico – publicou o perfil das Indústrias de Transformação e Reciclagem de Plástico no Brasil 2021, com o propósito de divulgar ao público dados de estrutura e desempenho como o tamanho dessas organizações, produção, demanda, reciclagem mecânica pós-consumo e faturamento, entre outras informações.

De acordo com o material, as empresas buscam alternativas de atuação, evidenciando suas iniciativas e o movimento constante em direção à inovação e ao desenvolvimento. Parte dessas ações dizem respeito aos potenciais impactos da utilização das resinas plásticas e suas características, como possíveis possibilidades de reutilização deste material, o que confere vantagens ambientais de resistência, segurança e leveza.

Neste contexto, convido à reflexão sobre a importância do setor para a economia, considerando sua representatividade de 20,4%, segundo dados oficiais da CNI (Confederação Nacional da Indústria) no PIB (Produto Interno Bruto) nacional. Ou seja, nossa responsabilidade vai muito além dos interesses privados para a consideração nos meios públicos, dentro da sociedade.

Sabemos que o plástico é um material importante, versátil e necessário. Por isso, a Nova Economia nos permite um olhar para a bandeira da educação em seu uso, trazendo a oportunidade da consciência das empresas a oferecerem respaldos que garantam a boa utilização deste recurso, minimizando possíveis efeitos negativos para o meio ambiente e assegurando que a eliminação e circulação sejam realizadas de forma correta.

A chave está na mudança de comportamento juntamente com a utilização de tecnologias que facilitam a reciclagem em um ciclo virtuoso, que considera todos os controles necessários para maior segurança e produtividade.

É preciso equalizar as práticas do setor com os fundamentos da Economia Circular, que associa o desenvolvimento econômico a um melhor uso dos recursos naturais, por meio de novos modelos de negócios e otimização dos processos de fabricação.

Em nossa indústria essa conceituação é totalmente aplicável dentro dos preceitos da reutilização dos materiais, a partir do rígido controle da transformação da resina até a conversão em produtos, realizando a coleta dos resíduos para o destino adequado.

Frente à nova era da Nova Economia, a indústria do plástico precisa se apropriar de uma maneira muito mais inovadora de produzir, com a chancela da sustentabilidade permeando o negócio. E quando falo sobre esse comportamento, chamo a atenção para a profundidade do conceito que nos ensina a renovar e recriar, modificando os antigos hábitos para e o alcance de melhores resultados.

Por isso, o papel da inovação no setor é, em si, fundamental, assim como investir em sua concretização diariamente, de forma objetiva. Essa é uma virada de chave necessária e promissora aos novos tempos.

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