O medo do novo

Por Marco Sellin*

* Marco Sellin é coordenador de Novos Negócios da Polo Films

Inovar dói, dá trabalho e não cai do céu. Para além das descobertas tecnológicas, a inovação deve ser aplicada à cultura da empresa e requer investimento. Veja, por exemplo, a indústria do plástico. O mercado de embalagens está sendo desafiado, o tempo todo, a gerar menos resíduos e a oferecer produtos mais sustentáveis. A indústria do plástico busca permanente desenvolvimento em benefício da sustentabilidade e da economia circular especialmente no pós-consumo. 

Por isso, a Polo Films, uma das três maiores produtoras de BOPP do Brasil, desejando atender às necessidades de seus clientes diretos e indiretos, bem como preocupada em trazer algo de novo e colaborativo ao mercado de embalagens flexíveis lançou três produtos inovadores e de alto impacto para a sustentabilidade no intervalo de apenas 12 meses. Entretanto, a aplicação destes materiais às linhas de produção dos convertedores e brand owners pode levar tempo.

Se uma empresa não tem a inovação como parte de sua cultura, as mudanças continuarão a ser difíceis, dolorosas e evitadas. E, em não havendo um movimento no coletivo, é complicado que somente um setor seja responsável pela inovação. Seja a equipe comercial, gestão de pessoas ou o marketing a proporem mudanças criativas, as coisas não andam se não houver a cultura da vontade orientada a todos.

Talvez, a explicação de que o cérebro humano se empenha em guardar energia, justifique o medo do novo que paira sobre algumas cabeças. Mas o colossal desafio de se fazer as mudanças necessárias para a vida no planeta não cairá do céu, teremos que ser nós mesmos a fazê-las.

Se o plástico é considerado vilão devido a sua durabilidade e permanência na natureza, devemos buscar soluções no sentido da economia circular, da facilitação da reciclagem, na proteção dos alimentos e na tentativa de alcançar os 100% da biodegradabilidade. E isto está sendo feito, aguardando parceiros que decolem juntos nesta jornada. 

Até porque, conforme o Instituto Socioambiental Plastivida, apenas 4% da produção mundial de petróleo é direcionada aos plásticos. Se os mesmos fossem substituídos por materiais alternativos em todas as suas aplicações, o gasto com energia aumentaria 57%, e as emissões de gases associados com o efeito estufa teriam um salto de 61%. Em outra dimensão, a necessária expansão das matrizes energéticas solar e eólica não poderia ocorrer sem componentes plásticos nos painéis voltaicos e turbinas. 

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