Desde 10 de maio até 26 de agosto próximo, o Museu Paulista (mais conhecido como Museu do Ipiranga), em parceria com o Sesc, está promovendo a exposição Papéis Efêmeros: Memórias Gráficas do Cotidiano, com um acervo inusitado e inédito que explora o design de impressos cujo destino mais comum é o descarte imediato após o uso. A mostra está em cartaz no Sesc Ipiranga, em São Paulo (rua Bom Pastor, 822, com entrada gratuita).
Com curadoria da diretora do museu Solange Ferraz de Lima e do professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP e designer Chico Homem de Melo, a exposição apresenta 500 peças gráficas que revelam hábitos e costumes dos brasileiros entre os séculos 19 e 20. “O que elas têm em comum é o fato de o design muitas vezes não ser assinado, o uso de técnicas que já desapareceram, como a litografia e a tipografia, e de essas peças lidarem com vários sentidos efêmeros, permitindo uma reflexão sobre o tempo”, explica Solange.
Grande parte do acervo pertence à Coleção Egydio Colombo (1955-2013), doada para o museu em 2003. O arquiteto e professor de História da Arte preservou, durante duas décadas, os mais variados rótulos e embalagens. Para a exposição, foram selecionados papéis de balas, rótulos de aguardentes, de fogos de artifício, fósforos e outros, como santinhos católicos e filipetas de oráculos. Além desses itens de descarte rápido, que fundamentam o nome da mostra, são apresentadas mídias que desapareceram, como partituras com capas ilustradas utilizadas nos saraus entre as décadas de 1910 e 1930, catálogos de moda e cadernos de caligrafia (abaixo, alguns itens expostos).
Todos os itens foram agrupados em três eixos temáticos principais, Consumo, Educação e Cultura, e dois transversais, Técnicas de Impressão e Design. Além dos materiais presentes no cotidiano, a exposição traz peças icônicas, como cartazes de Andy Warhol, revistas de design nacionais e internacionais e capas clássicas de livros e discos.
Segundo os curadores, a mostra captura momentos importantes da história do design, como o aumento da presença da fotografia no século 20, substituindo as ilustrações, e, na educação, a valorização da imagem atrelada ao aprendizado, como no caso da cartilha Caminho Suave, que propunha a alfabetização por meio de figuras.
Serviço
A exposição estará em cartaz até o dia 26 de agosto, de terça a sexta, das 9h às 21h30; aos sábados, das 10h às 21h30; e aos domingos e feriados, das 10h às 18h30.