Por Ellen Callmann*
Ao longo dos últimos anos, o perfil do consumidor brasileiro se transformou. Com mais acesso às informações, esse novo consumidor passou a ficar mais exigente e criar mais expectativas em relação à qualidade dos produtos. Em busca de uma comida mais saudável, nutritiva e segura, ele também quer saber a origem e a qualidade dos alimentos que consome.
Diante deste novo cenário, a preocupação com a segurança dos alimentos é cada vez maior e a consciência ambiental também cresce na mesma proporção. Por isso, quando o assunto é embalagem, é preciso ofertar produtos inovadores, que preservem os alimentos e garantam a integridade, a qualidade e a segurança dos produtos desde a indústria até a mesa do consumidor.
As embalagens foram desenvolvidas, basicamente, para conservar, proteger e transportar alimentos. Ao longo do tempo, foram aprimoradas e passaram a oferecer benefícios mais amplos em relação à qualidade do produto, extensão do tempo de consumo do alimento e atração dos consumidores com um maior apelo visual. Além disso, passaram a desenvolver um papel fundamental na manutenção da segurança do alimento e no combate ao desperdício, ao preservar todo o investimento realizado ao longo da cadeia de processamento.
Para evitar que o consumidor esteja exposto a riscos alimentares, diversos órgãos de controle, por meio de normas e orientações, atuam para garantir a segurança dos alimentos que são ofertados e que chegam à casa do consumidor. Estas regulações são criadas para que as embalagens protejam os alimentos de forma adequada contra microrganismos e outras formas de contaminação.
Com os avanços tecnológicos, a indústria de embalagens disponibiliza, aos processadores e varejistas, opções que promovem maior segurança ao alimento, garantia de origem e manutenção do frescor. Embalagens com tecnologia de alta barreira e a vácuo, por exemplo, inibem o crescimento de microrganismos, aumentando o tempo de comercialização e consumo do produto, além de reduzir as perdas por deterioração. Sistemas de embalagens completos permitem que os alimentos sejam processados e distribuídos de forma mais eficiente.
Em 2015, um estudo realizado pela Sealed Air em parceria com o Instituto Nielsen¹, na América Latina, concluiu que a maioria dos consumidores acredita que as embalagens desempenham um papel importante para a segurança dos alimentos. Pelo menos 94% dos argentinos, brasileiros e mexicanos consultados afirmaram que as embalagens criam barreiras contra possíveis contaminantes. Já 93% disseram que as embalagens mantém o alimento fresco por mais tempo. Com isso, 84% dos consumidores valorizam as lojas que vendem alimentos seguros e 81% prestigiam marcas que garantem que os alimentos embalados são seguros para o consumo.
Além das embalagens, a automação das linhas produtivas nas indústrias pode ser grande aliada na segurança dos alimentos, ao reduzir o risco de erro humano e também limitar a exposição a elementos externos durante o processo de envase, diminuindo os riscos de contaminação cruzada.
A discussão em torno da segurança de alimentos é uma prática que não deve ser abandonada. O interesse dos consumidores pelo tema exige que as indústrias de embalagens e toda a cadeia alimentícia mantenham-se atentas. Os investimentos nesta área devem ser ampliados para atender às necessidades dos consumidores, processadores e varejistas e, sobretudo, ajudar a construir um ambiente cada vez mais saudável e seguro.
¹ Soluções para reduzir o desperdício de alimentos no varejo da América Latina, 2015.