Por Alyne Freitas da Silva e Adriano Biral*
A praticidade e a facilidade de uso têm contribuído para que as embalagens em aerossol ganhem presença cada vez maior no cotidiano da população brasileira. A Associação Brasileira de Aerossóis e Saneantes Domissanitários (ABAS) prevê que o consumo de produtos em recipientes desse tipo atinja sete unidades por habitante por ano no País até 2020, acima da média de 5,3 registrada em 2015. Apesar desse ritmo, ainda estamos longe do patamar de mercados “maduros”, como o argentino e o europeu, que utilizam entre 2 e 2,5 vezes a quantidade verificada por aqui. De qualquer forma, é inegável que estamos avançando a passos largos rumo à adoção mais consistente dos aerossóis. Basta lembrar que, há 10 anos, a quantidade de embalagens utilizada por ano pelos consumidores brasileiros era de 1,8 por habitante.
A expansão do uso desses produtos amplia o papel da indústria de gás liquefeito de petróleo (GLP) no mercado de aerossóis, uma vez que, atualmente, cerca de 80% do mercado global deste segmento utiliza como propelentes misturas de propano e butano, justamente os componentes do GLP. A ampla utilização de misturas de butano e propano como propelentes se deve principalmente ao baixo impacto ambiental e pelo fato de as propriedades físico-químicas dessas substâncias serem compatíveis com as formulações dos produtos embalados, como cosméticos e farmacêuticos.
O crescimento do uso de aerossóis no Brasil está atrelado em grande parte ao elevado consumo de cosméticos. Hoje, o País ocupa o 3º lugar no ranking de países que mais utilizam esses produtos, movimentando R$ 40 bilhões por ano, ou 1,8% do PIB nacional. A pujança dessa indústria se deve a fatores econômicos, culturais e ao perfil inovador do setor em relação ao lançamento de novos produtos. Além disso, é grande a quantidade de artigos existentes em outros formatos que ganha versão na lata metálica. Entre os exemplos estão o esmalte de unhas em aerossol e os desodorantes, que praticamente já declararam vitória sobre a versão em squeeze.
Diante dessas perspectivas, temos trabalhado para garantir a expansão da produção do Purogas, propelente desenvolvido pela Liquigás a partir da filtragem de propano e butano. Localizada no Centro Operativo da Liquigás em Capuava – Mauá (SP), nossa unidade produtiva dispõe de equipamentos tecnológicos como cromatógrafos e analisadores de precisão que permitem identificar os componentes do GLP. Dessa forma, o produto é entregue customizado, ou seja, nas proporções de mistura de butano e propano determinadas pela pressão de vapor específica de cada cliente. A tecnologia também nos permite atender com alto padrão de qualidade os mais exigentes setores, como os de cosméticos e medicinal, em que o aerossol é aplicado diretamente na pele e, por isso, necessita de um propelente com elevado índice de pureza.
Até o lançamento do Purogas no mercado nacional, a filtragem dos propelentes era realizada pelas empresas responsáveis pelo envase dos produtos finais e o teste olfativo era praticamente o único utilizado para aprovar a qualidade do propelente. Tal método é totalmente subjetivo e impreciso, pois não detecta a presença de compostos indesejáveis que podem afetar o resultado final da produção dos aerossóis. Com o Purogas, também foram eliminados os custos de desodorização, que era realizada pelas próprias empresas responsáveis pelo envase. Destacamos ainda que é um produto inerte, ou seja, não reage com as formulações dos produtos, não é corrosivo, portanto não causa danos aos materiais metálicos ou plásticos, bem como nas válvulas das embalagens. É atóxico e pode ser adicionado sem restrição a cosméticos, produtos farmacêuticos e alimentícios.
A combinação das características do Purogas com o crescimento da indústria de aerossol, somadas às nossas condições de produção, nos permitem compartilhar do grande otimismo em relação ao segmento de aerossóis. Dessa maneira, a indústria de GLP poderá seguir contribuindo para o consumidor brasileiro contar com embalagens com alta qualidade e praticidade.