APP rebate acusações de desmatamento feitas pelo Greenpeace

A Asia Pulp & Paper (APP) rebateu acusações de que seus papéis cartão provoquem o desmatamento de florestas asiáticas, conforme denunciou em julho último o Greenpeace. O grupo pró-ambiental afirmou terem sido detectadas “fibras da floresta da Indonésia” em embalagens de brinquedos produzidos com cartões da fornecedora.

Segundo a APP, as alegações não têm base científica. Para rechaçá-las, a empresa contratou o mesmo instituto americano de testes em papéis que havia sido apontado pelo Greenpeace como fonte de suas informações, a Integrated Paper Services (IPS), para fazer um novo exame dos cartões que fornece para embalagens de brinquedos na América do Norte. Após os testes, a IPS declarou não ser possível identificar a origem das fibras a partir das amostras, e que, portanto, não poderia endossar as acusações do Greenpeace.

Bruce R. Shafer, diretor da IPS, afirmou que “alguns elementos de madeira tropical mista (vasos botânicos, não fibras) foram encontrados nas amostras” – mas que não foi possível determinar se eram de fato produtos de desmatamento.

De acordo com a diretora administrativa da APP, Aida Greenbury, o mais provável é que os traços de fibras de madeira tropical se devam ao uso de material reciclado. A APP Indonésia afirma que 95% de seus materiais de embalagem provêm de papel reciclado. “Os 5% restantes são provenientes de florestas com certificação de manejo sustentável de outras partes do mundo, por exemplo, da América do Sul”, disse a executiva.

Conforme sustenta a APP, fibras de madeira tropical mista (MTH) podem vir de florestas gerenciadas de forma sustentável de várias regiões tropicais. Tanto produtos com certificação PEFC (Programme for the Endorsement of Forest Certification ) quanto FSC (Forest Stewardship Council) podem conter vestígios desse tipo de fibra.

Baseada nas informações de que dispunha, o Greenpeace iniciou uma campanha global contra fabricantes de brinquedos usuários de embalagens da APP, entre eles Mattel, Hasbro e Lego.

A Mattel foi a mais visada. O Greenpeace centrou a campanha numa brincadeira envolvendo a boneca Barbie, dizendo que o personagem Ken havia rompido o namoro com ela ao descobrir que suas embalagens estimulavam o desmatamento. Ativistas da ONG escalaram a sede da companhia de brinquedos, na Califórnia, e penduraram um cartaz alusivo à campanha.

Pressionada, a Mattel pediu aos fornecedores de embalagens para suspender as compras de papéis cartão da APP e para apresentar relatórios de identificação da origem das matérias-primas utilizadas. A Lego seguiu caminho parecido em julho.

 


 


 

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