A consolidação dos stand-up pouches no mercado brasileiro

stand-up pouches

Os stand-up pouches (SUPs), ou bolsas com base que as permite ficarem de pé, têm conquistado um espaço significativo no mercado brasileiro de embalagens flexíveis, impulsionados por suas inovações e vantagens.

No Brasil, os SUPs começaram a ganhar força na última década, inicialmente em nichos específicos e, gradualmente, expandindo-se para diversos setores. A principal razão para esse crescimento é a busca por soluções que aliem conveniência, redução de custos logísticos e apelo visual nas gôndolas. Produtos como alimentos para bebês, molhos, sucos, produtos de limpeza e até mesmo rações para animais de estimação têm migrado para esse tipo de embalagem.

A indústria brasileira de embalagens flexíveis, com o apoio de entidades como a Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis – ABIEF, tem investido em tecnologia e desenvolvimento para aprimorar os SUPs. Isso inclui a otimização de materiais para garantir a integridade do produto, a melhoria dos sistemas de fechamento (como zíperes e tampas rosqueáveis) e a busca por soluções mais sustentáveis.

Quando comparamos o Brasil com outros mercados, especialmente a Ásia, percebemos que o avanço dos SUPs no Brasil, embora notável, ainda tem um caminho a percorrer para atingir a escala e diversidade de aplicação observadas em países como China, Índia e Japão.

A Ásia é, sem dúvida, o epicentro da inovação e produção de embalagens flexíveis, incluindo os SUPs. Fatores como a alta densidade populacional, a cultura de consumo de produtos em porções individuais e a rápida urbanização impulsionaram o desenvolvimento de embalagens flexíveis leves e convenientes. Nesses países, os pouches são amplamente utilizados em categorias que vão desde alimentos processados e bebidas até cosméticos e produtos farmacêuticos, muitas vezes com designs complexos e tecnologias avançadas de barreira.

A indústria asiática de embalagens, impulsionada por grandes players e uma cadeia de suprimentos robusta, consegue oferecer soluções mais competitivas em termos de custo e com maior variedade de funcionalidades. Isso se deve, em parte, à escala de produção e ao investimento contínuo em pesquisa e desenvolvimento.

No entanto, o Brasil tem se espelhado nessas referências, buscando adaptar as melhores práticas e tecnologias ao seu contexto.

Vantagens e desvantagens

A migração de embalagens rígidas para SUPs é uma tendência impulsionada por diversas vantagens:

Vantagens dos stand-up pouches:

  • Preço: Geralmente, os SUPs são mais econômicos em termos de custo por embalagem em comparação com as embalagens rígidas. Isso se deve à menor quantidade de material plástico utilizada e ao processo de fabricação, que tende a ser mais eficiente.
  • Logística: Esta é uma das maiores vantagens. SUPs são leves e flexíveis, ocupando significativamente menos espaço tanto no transporte vazio (pré-enchimento) quanto no transporte do produto final. Isso resulta em redução de custos com frete e armazenamento, além de uma menor pegada de carbono logística. Um caminhão pode transportar uma quantidade muito maior de embalagens flexíveis vazias do que de embalagens rígidas vazias.
  • Ciclo de vida (em certos aspectos): Embora a reciclagem seja um desafio (abordado abaixo), a menor quantidade de material por embalagem e a otimização do transporte contribuem para um impacto ambiental reduzido em certas fases do ciclo de vida, especialmente no que tange ao consumo de energia e emissões de CO2 durante a logística.
  • Apelo visual e conveniência: Os SUPs oferecem uma ampla área para impressão e design, permitindo que as marcas se destaquem nas prateleiras. Além disso, são frequentemente associados à conveniência devido à facilidade de manuseio, transporte e sistemas de abertura/fechamento prático (zíperes, bicos dosadores).
  • Redução do desperdício de produto: Em muitos casos, o design dos SUPs permite que o consumidor utilize praticamente todo o conteúdo do produto, minimizando o desperdício em comparação com algumas embalagens rígidas que podem reter resíduos no fundo ou nas laterais.

Desvantagens dos stand-up pouches:

  • Reciclagem: Este é o principal calcanhar de Aquiles dos SUPs. Devido à sua composição multicamadas, que geralmente inclui diferentes tipos de plástico (PET, PE, PP, Nylon, etc.) e, por vezes, barreiras metálicas (alumínio), a reciclagem de SUPs é complexa e, em muitos casos, economicamente inviável com as tecnologias de reciclagem atuais no Brasil e em boa parte do mundo. A separação dos diferentes polímeros é um desafio, levando a uma baixa taxa de reciclagem pós-consumo. No entanto, já há várias iniciativas que facilitam a reciclagem, como o desenvolvimento de embalagens monomaterial para alguns tipos de produtos.
  • Barreira de Proteção (em comparação com vidro ou metal): Embora os SUPs ofereçam boas propriedades de barreira, embalagens rígidas de vidro ou metal ainda são superiores na proteção contra oxigênio, luz e umidade para certos produtos sensíveis. No entanto, avanços na tecnologia de filmes barreira para SUPs têm reduzido essa lacuna.
  • Resistência a Impactos (em casos específicos): Para produtos que exigem extrema proteção contra impactos ou perfurações, embalagens rígidas podem ser mais adequadas, embora os SUPs sejam robustos para a maioria das aplicações.
  • Percepção do Consumidor: Em alguns segmentos de luxo ou para certos produtos, a embalagem rígida ainda pode transmitir uma percepção de maior valor ou qualidade superior ao produto.

 

Em suma, o avanço dos stand-up pouches no Brasil é uma realidade, impulsionado por suas vantagens logísticas e econômicas. No entanto, o desafio da reciclabilidade ainda exige investimentos em infraestrutura e novas tecnologias. A comparação com mercados asiáticos revela o potencial de crescimento e inovação que o Brasil ainda pode explorar nesse segmento, buscando um equilíbrio entre conveniência, custo e sustentabilidade.

 

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