Brasil recicla 410 mil toneladas de garrafas PET em 2024

O Brasil reciclou 410 mil toneladas de embalagens PET pós-consumo em 2024, um volume 14% superior às 359 mil toneladas registradas em 2022, de acordo com a 13ª edição do Censo da Reciclagem do PET no Brasil. As informações foram divulgadas nesta segunda-feira (24/3), em São Paulo, pela Associação Brasileira da Indústria do PET (ABIPET).

O Censo também mostra que a indústria da reciclagem do PET manteve a sua solidez, com um faturamento de 5,66 bilhões de reais, ou 32% de todo o faturamento do setor, representando forte geração de renda para a base da pirâmide social: aproximadamente 40% desse total permanece com catadores, cooperativas e sucateiros.

O volume de reciclagem e o faturamento são consequência de investimentos em capacidade instalada e do desenvolvimento de demanda para o material reciclado, a partir de um trabalho feito a pelo menos três décadas pela indústria. O setor, no entanto, vive um desafio. A falta de uma política pública consistente de coleta seletiva está impedindo que as embalagens descartadas pelos consumidores tenham uma destinação correta.

“As empresas recicladoras chegam a atuar com uma ociosidade média de 23%, chegando a picos de até 40%”, afirma Auri Marçon, presidente executivo da ABIPET. “Com isso, a indústria de reciclagem do PET está chegando no seu limite, por não ter a matéria-prima necessária para seus processos produtivos, ao mesmo tempo em que toneladas de embalagens são destinadas aos aterros comuns ou descartadas incorretamente no meio ambiente.”

Circularidade em alta: de uma garrafa para outra

A embalagem PET também continua intensificando uma imagem de grande circularidade. Em 2024, o principal destino da resina reciclada – 37% do total – foi a fabricação de uma nova embalagem (preformas e garrafas), utilizadas principalmente pela indústria de água, refrigerantes, energéticos e outras bebidas não alcoólicas, dentro do sistema bottle to bottle grau alimentício. No último levantamento, esse segmento de mercado já havia chegado à liderança, com um índice de 29%.

“Esse crescimento decorre da demanda de grandes usuários da embalagem PET, que confiam nas qualidades e características do material e mantiveram o seu compromisso com a sustentabilidade, mesmo em um período em que a resina reciclada é comercializada por um valor acima do produto virgem”, afirma o presidente executivo da ABIPET.

O setor têxtil vem em segundo lugar entre os maiores usuários, com um consumo de 24% de todo o material reciclado, seguido pela indústria química (13%), lâminas & chapas (13%), fitas de arquear (10%) e outras aplicações que somam 3% do total.

Design pela reciclagem e pelo meio ambiente

Um memorando firmado nesta segunda-feira (24/3) também buscará incentivar o desenvolvimento de embalagens PET com alto valor para a reciclagem, dentro do princípio de “design for environment”, ampliando a circularidade do produto, gerando renda para a base da pirâmide. Participam desse acordo a ABIPET, a Associação Brasileira das Indústria de Refrigerantes e de Bebidas não Alcoólicas (ABIR), a Associação Brasileira da Indústria do Óleo Vegetal (ABIOVE) e a Associação Nacional dos Catadores (ANCAT).

A ABIPET fez a atualização das Diretrizes para a Reciclabilidade da Embalagem PET, com o apoio das demais entidades empresariais, que também ficarão responsáveis pela sua divulgação e sensibilização de seus associados. A ação busca evitar o desenvolvimento e a produção de embalagens mal projetadas, que não são aproveitadas pelos catadores e recicladores e acabam virando resíduos que são direcionados aos aterros comuns.

A ANCAT será responsável por identificar, junto às cooperativas associadas, quais são as embalagens sem atratividade para reciclagem – e suas respectivas marcas – para que sejam buscadas soluções para o problema.

“Sabemos que a reciclabilidade da embalagem começa no seu projeto, uma vez que as características do corpo, rótulo e tampa influenciam diretamente no reaproveitamento pós-consumo. O lançamento da nova edição das Diretrizes tem o objetivo de colaborar e alertar os profissionais ligados a essa fase do processo sobre as consequências de suas escolhas, mesmo antes da embalagem chegar ao mercado”, afirma Auri Marçon.

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