Desinformação faz com que materiais sujos, restos de comida, papel higiênico usado e até animais mortos cheguem a cooperativas de reciclagem em São Paulo
No primeiro semestre deste ano, a Coopermiti – cooperativa dedicada à triagem de resíduos secos e eletroeletrônicos – recebeu mais de 520 toneladas de materiais recicláveis secos, mas o que poderia ser motivo de comemoração também se tornou uma preocupação para os trabalhadores da cooperativa. Cerca de 60% das embalagens para reciclagem recebidas são consideradas rejeitos, isto é, não podem ser aproveitadas devido à má separação de resíduos. A falta de informação e cuidado faz com que os cooperados recebam cacos de vidro, embalagens sujas, restos de comida, entre outras coisas.
“É uma triste realidade que nossos cooperados se deparem diariamente com restos de comida, papel higiênico, cacos de vidro e até animais mortos, misturados às embalagens. O descarte adequado dos materiais pós-consumo não apenas facilita o processo de reciclagem, mas também preserva a segurança e o bem-estar dos trabalhadores da reciclagem. É uma questão de civilidade e respeito a uma profissão fundamental para a sustentabilidade”, explica Alex Pereira, presidente da Coopermiti.
Pensando na conscientização, a Coopermiti desenvolveu a campanha “Foi você quem nos desrespeitou?”, cujo principal objetivo é conscientizar os consumidores sobre a importância de separar o que são embalagens pós-consumo do que é lixo orgânico. De maneira geral, as embalagens de plástico, papelão, papel, vidro, entre outros materiais, podem e devem ser recicladas, mas antes de separá-las, segundo a cooperativa, é importante higienizá-las para retirar restos de comida, por exemplo.
Muitas pessoas não sabem que, ao chegar às cooperativas, esses materiais passam por uma separação manual e que este processo fica muito mais difícil e perigoso quando há cacos de vidro, materiais contaminantes ou em decomposição. Por isso, o presidente da Coopermiti alerta que o papel do cidadão é fundamental para que a reciclagem seja efetiva e segura.
“Com a reciclagem, a Coopermiti busca não apenas reduzir o acúmulo de lixo nos aterros, mas também economizar energia, água e matéria-prima, transformando os materiais reciclados em novos produtos. Este é um trabalho importante para toda a sociedade e fica melhor quando as pessoas se engajam na separação dos materiais recicláveis, facilitando a coleta seletiva e o trabalho das cooperativas”, finaliza Alex Pereira.