O setor petroquímico continuou sentindo os efeitos do ciclo de baixa nos últimos meses de 2022, com spreads no mercado internacional sendo impactados pela dinâmica entre oferta e demanda global. Nesse cenário, a Braskem registrou no ano de 2022 um Ebitda recorrente de R$ 10,6 bilhões e geração de caixa de R$ 3,3 bilhões. No quarto trimestre, o Ebitda foi negativo no valor de R$ 168 milhões, porém a geração de caixa no trimestre se manteve positiva, em R$ 155 milhões.
“Em função do nosso compromisso com a disciplina de custos e com a alocação de capital eficiente, a Braskem segue apresentando geração de caixa positiva e vem se preparando para os desafios do cenário petroquímico. Temos uma boa diversificação de matérias-primas, de produtos e de mercados. Seguimos com uma posição robusta de caixa e com um cronograma de amortização de dívida corporativa confortável”, afirma Roberto Bischoff, CEO da Braskem.
A posição de caixa ao final de 2022 foi de US$ 2,4 bilhões, patamar que garante a cobertura dos vencimentos de dívida nos próximos 60 meses, não considerando a linha de crédito rotativo internacional (stand by) disponível no valor de US$ 1 bilhão, com vencimento em 2026. A alavancagem corporativa, medida pela relação dívida líquida ajustada e Ebitda recorrente em dólares, se manteve saudável, encerrando o ano em 2,42x.
No quarto trimestre, a Companhia registrou prejuízo de R$ 1,7 bilhão, comparado ao lucro de R$ 550 milhões do mesmo período de 2021. A receita de vendas nos três meses que fecharam 2022 foi de R$ 19 bilhões, 33% menor do que no quarto trimestre do ano anterior. O ano fechou com prejuízo de R$ 336 milhões.
Os resultados do quarto trimestre são explicados pelos menores spreads internacionais. Esses efeitos foram compensados parcialmente pelo maior volume de vendas de PE Verde, que bateu o recorde histórico desde o início das operações em 2010: foram vendidas 179 mil toneladas. Isso mostra que a demanda de PE Verde é resiliente mesmo com as incertezas do mercado. A taxa de utilização de eteno verde fiou em 95% no ano, superior aos demais segmentos.
Em relação à estratégia corporativa de crescimento da Companhia, em 2022 foi conduzido um processo de revisão e consolidação da sua estratégia global para 2030. Em linhas gerais, ela está ancorada nos seus pilares estratégicos e fundações, com foco na criação de valor através do equilíbrio da alocação de capital, priorizando investimentos em suas avenidas de crescimento, com o objetivo de retornar valor aos acionistas ao longo dos ciclos.
ESG
O ano de 2022 foi marcado por grandes avanços no ecossistema de circularidade da Braskem. A empresa atingiu globalmente o patamar de 54 mil toneladas de vendas de produtos com conteúdo reciclado, representando um crescimento de 144% em relação ao ano anterior. Ainda nesse ecossistema, investiu R$ 67 milhões na construção de uma planta em Indaiatuba (SP), em parceria com a Valoren, para transformar 250 milhões de embalagens pós-consumo em 14 mil toneladas de resina reciclada de alta qualidade por ano. Adicionalmente, adquiriu 61,1% do capital social da Wise Plásticos, empresa líder em reciclagem no Brasil, com projeto para alcançar capacidade produtiva de 50 mil toneladas de reciclados até 2026. Na Europa, formou uma joint-venture com a Terra Circular, que desenvolveu tecnologia inovadora para converter resíduos plásticos de baixa qualidade em artigos finais e que tem capacidade de reciclagem de 23 mil toneladas por ano.
Outra novidade foi o anúncio de que Braskem e Sojitz Corporation lançaram a Sustainea, uma joint-venture com a ambição de ser líder global no mercado de bioMEG. Uma vez desenvolvida a tecnologia, o plano da Sustainea prevê a produção de bioMEG (monoetilenoglicol), matéria-prima do PET e do poliéster, com três novas plantas com capacidade de produção combinada de até 700 mil toneladas por ano de bioMEG.
Em relação ao programa de descarbonização industrial, cinco contratos de compra de energia renovável de longo prazo permitem à Braskem evitar cerca de 220 mil toneladas por ano de emissões de CO2. Já são mais de 150 MW médios contratados no longo prazo. A meta é alcançar, até 2030, 85% de energia renovável na matriz elétrica.