Embalagem e tecnologia em favor da conveniência

Por Fábio Melo*

*Fábio Melo é diretor de marketing Brasil da Sealed Air 

O consumidor está cada vez mais exigente e de olho no comportamento das empresas e de suas ofertas; no setor alimentício não poderia ser diferente. E o que mais vem chamando atenção é a busca das novas gerações por conveniência: um relatório da McKinsey mostrou que mais de 84% dos consumidores no Brasil mudaram seu comportamento de compra durante a Covid-19 e (adivinhem só) a conveniência foi citada como uma das principais razões para isso.

Neste contexto, a tecnologia empregada nas embalagens nunca foi tão importante para a indústria alimentícia. Ela tem sido um recurso fundamental para avançar e atender as expectativas de consumo das novas gerações – tanto dos millennials, quanto da geração Z. Anos atrás, por exemplo, o consumidor estava habituado a comprar peças de carnes de três a quatro quilos, sobretudo porque se fazia muito mais refeições em casa.  Hoje, os novos consumidores preferem comprar carnes em menor quantidade, visando mais praticidade e menos desperdício.  

A inovação, sem dúvida, acaba sendo a mola propulsora desta mudança. Ela é base para a criação de embalagens cada vez mais práticas e funcionais, trazendo quantidades porcionadas e proporcionando alta durabilidade ao alimento, o que possibilita que dure mais tempo na geladeira. Tudo em nome da conveniência.  

Para exemplificar, os sistemas a vácuo representam uma das soluções da indústria capazes de manter todas as propriedades do produto. Fomos pioneiros na utilização de sacos a vácuo que garante vida útil de até 90 dias para cortes de carnes refrigerados e no chamado efeito SKIN, que melhora o apelo visual do produto.  São sistemas tão inovadores que aumentam a vida útil da carne bovina e ainda possibilitam a maturação da carne, elevando sua maciez e sua suculência, uma vez que tais embalagens evitam a fuga de líquidos.  

Atualmente, as soluções de mercado são capazes de produzir embalagens que diminuem as perdas por avaria em até 24%, e estendendo a validade do produto em 44%. Sabemos que as carnes que estão expostas sem embalagens nos açougues perdem umidade e peso. Isso não é interessante para ninguém: nem para o consumidor, nem para os supermercadistas. Afinal os açougues localizados dentro dos supermercados possuem peso importante no faturamento das lojas, e ninguém deseja arcar com esse prejuízo.  

Mais um ponto positivo para as embalagens tecnológicas: o potencial de faturamento dos supermercados tende a aumentar, uma vez que, com menos perdas, os preços tendem a cair. Ou seja, preços mais em conta nas gôndolas é mais uma conveniência – ainda mais quando falamos em proteínas, principalmente a bovina, que apresentam preços mais elevados.   

Muitos lojistas já perceberam a importância de oferecer embalagens de alto valor agregado, conquistando a confiança de quem compra e garantindo fidelização. Podemos citar redes como o Oba Hortifruti, que estão desenvolvendo uma vasta linha de produtos com embalagens completamente inovadoras, visando praticidade com fácil abertura, sem precisar de um objeto cortante (além de promover maior vida útil, maturação e suculência para o produto). São histórias de empresas que já perceberam o comportamento do consumidor e desejam estar um passo à frente.  

O varejo de alimentos, como qualquer business nos tempos atuais, tem que estar em constante renovação, buscando experiências que se traduzam em conveniência ao consumidor. Ao longo do tempo, a embalagem se tornou responsável pela potencialização das vendas, e como especialistas, precisamos enfatizar isso. No varejo do futuro, não há como ser diferente. Se hoje embalar é tão estratégico quanto qualquer outra forma de impulsionar o consumo, daqui para a frente esta tendência só tende a crescer. Estamos preparados para evoluir neste desafio.

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