Embalagens de agrotóxicos terão nova classificação

Agrotoxicos

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, nesta terça-feira (23/7), um novo marco regulatório para avaliação e classificação toxicológica de agrotóxicos, que vai mudar o que é informado nas embalagens desses produtos.

Atualmente, os rótulos trazem o símbolo da caveira com uma faixa vermelha, indicando o perigo, mas sem detalhar quais são riscos.

Agora, os fabricantes terão um ano para se adequar ao novo padrão, que vai especificar esses perigos com cores e frases como “mata se for ingerido”, “tóxico se em contato com a pele” e “provoca queimaduras graves”.

O Brasil passa a adotar o padrão internacional Sistema de Classificação Globalmente Unificado (Globally Harmozed System of Classification and Labelling of Chemicals — GHS).

Os rótulos dos produtos passarão a ter 6 tipos de classificações, em vez das 4 atuais. São elas:

– extremamente tóxico

– altamente tóxico

– moderadamente tóxico

– pouco tóxico

– improvável de causar dano agudo

– não classificado (por não ter toxidade)

A mudança, no entanto, pode fazer com que agrotóxicos hoje classificados como “extremamente tóxicos” passem para categorias mais baixas.

Segundo a Anvisa, o método internacional é mais restritivo que o usado no Brasil atualmente, que trata o risco de morte e o de irritação da mesma maneira.

No sistema atual, um agrotóxico poderia ser classificado como “extremamente tóxico” caso causasse lesões que não necessariamente matariam. Agora, essa expressão só será usada para produtos cuja ingestão, contato com a pele ou inalação seja fatal.

Os novos rótulos terão uma comunicação mais clara com advertência, pictogramas, e frases de perigo. Além disso, o novo marco remove a exigência de teste em animais para a regulação dos produtos.

O GHS proposto pela primeira vez em 1992, na Eco 92. A partir de 2008, a comunidade europeia adotou esse padrão para classificação, rotulagem e embalagem de substâncias e produtos. Outros 53 países já realizaram a implementação total e 12 países a implementação parcial.

De acordo com a Anvisa, a aprovação do marco não significa uma resposta à liberação dos agrotóxicos. Nesta semana, o governo liberou o registro de mais 51 agrotóxicos, totalizando 262 apenas neste ano.

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