Por Mario Narita*
Artigo publicado na revista EmbalagemMarca 216
Possui MBA pela Berlin School em Creative Leadership, formado em Propaganda e Publicidade na ECA/USP, recebeu uma bolsa de estudos no Japão pela Japan Package Design Association e trabalhou em grandes agências como: Norton, Alcântara Machado Periscinoto, Proeme, DPZ, SAO e MPM. No início de 1998, abriu a sua própria agência de Design e Estratégia tendo como clientes Ambev, Mondelez, Pepsico, BRF, Kimberly Clark, Bauducoo entre outros. À frente da Narita, já foram desenvolvidos projetos para o Brasil, Estados Unidos, China, Emirados Árabes, Colômbia, Costa Rica, Peru, Equador, Argentina e Venezuela, assim como projetos que foram estendidos a mais de 90 países ao redor do mundo
Mais do que viabilizar o seu transporte, acondicionar, proteger, informar e vender o seu conteúdo, a embalagem precisa assumir novos papéis para se tornar relevante e considerada na enxurrada de informações que recebemos diariamente.
No passado, a indústria ditava o consumo. Hoje, porém, devido aos avanços tecnológicos e ao fortalecimento dos consumidores através das redes sociais, a indústria perdeu a sua realeza. Não podemos falar em “futuro da embalagem” se não acompanharmos a evolução da tecnologia e os novos hábitos do consumidor.
Os novos carros autodirigíveis ditaram novos formatos de embalagens “on the go”; o novo comportamento da compra online definirá a apresentação gráfica dos diminutos rótulos nas telas dos smartphones.
Longe de ser um “vendedor silencioso”, hoje ele precisa ser um vendedor ativista que comunique o propósito da sua marca, que seja transparente, que tenha impacto positivo para a natureza, que defenda os valores de uma sociedade igualitária em termos de gênero, raça e credo.
Algumas empresas já estão fazendo isso, como é mostrado a seguir.
IGUALDADE DE GÊNEROS
Para combater o preconceito racial, a marca Para combater o preconceito racial, a marca alemã Ali Cola lançou versões do seu refrigerante em várias cores representando tons de pele, sem alterar o sabor do produto
No Brasil, a Coca-Cola, no dia do Orgulho LGBT, distribuiu para o seu público interno uma lata com os dizeres “Essa Coca é Fanta”, remetendo à famosa expressão homofóbica
SUSTENTABILIDADE
Para incentivar o consumo de bananas fora do país, a marca equatoriana Tropical Fruit decidiu imprimir receitas na casca da fruta. Uma solução que economiza recursos ao aproveitar um material que seria descartado, além de criar um envolvimento com o consumidor
TRANSPARÊNCIA
A marca D’arbo é uma das poucas que mantém o mel das colmeias da Áustria inalterado durante todo o processo. Assim, o “rótulo” foi feito pelas próprias abelhas
EXPERIÊNCIA
Na Alemanha, os sanduíches prontos da marca Hochland vêm em uma embalagem que se assemelha a uma torradeira que, quando é aberta, faz o produto saltar, de forma a remeter à experiência caseira de preparo
A Heineken identificou jovens que tinham uma viagem agendada para Amsterdã e personalizou embalagens contendo seus nomes e locais de origem
CONEXÃO
Embalagem com entrada para fone e com a trilha sonora do filme Guardiões da Galáxia 2, nos Estados Unidos
REALIDADE AUMENTADA
Acionamento da Realidade Aumentada (AR) através da embalagem da Faber-Castell no Brasil. Animais da fauna interagindo com o consumidor
INTERNET DAS COISAS
Na Itália, a linha Cucina Barilla é preparada de forma autônoma. O forno vem com um leitor que identifica a embalagem e se configura automaticamente para cozinhar o alimento
A Tostitos lançou uma embalagem promocional nos Estados Unidos para o Super Bowl que funcionava como um bafômetro. Caso detectasse o álcool, ela automaticamente pedia um Uber para o usuário