A Plastivida Instituto Sócio Ambiental dos Plásticos divulgou nota questionando medida do governo de São Paulo que visa o banimento das sacolas plásticas no Estado até o final do ano. Segundo anúncio feito no último final de semana pelo governo paulista, em conjunto com a APAS, o consumidor pagará 19 centavos por nova sacola. A Plastivida critica o posicionamento do governo, dizendo que não foi ouvida antes de a decisão ser tomada. O Instituto diz que esse tipo de acordo possa penalizar o consumidor, quando existem alternativas concretas de redução do consumo que preservam o meio ambiente, sem ferir o direito de escolha de cada um. Segundo a Plastivida, o Programa de Qualidade e Consumo Responsável de Sacolas Plásticas, que conta com o apoio da ABRAS (Associação Brasileira de Supermercados) e de 5 das 10 maiores redes de supermercado e que pode proporcionar uma redução do consumo de pelo menos 30% do volume total de sacolas. Já há resultados concretos neste sentido, que levaram à redução de 4 bilhões de sacolas desde que o Programa foi implementado em 2007 até hoje.
A Plastivida reforça que as ações de preservação ambiental devem ser equacionadas para que, além de eficazes, não gerem prejuízos ao consumidor. “A população utiliza a sacola plástica para acondicionar o lixo doméstico, assim como para outros tantos usos, o que representa economia. Embalar o lixo em plástico é uma recomendação dos órgãos de saúde do país, para que se evitem contaminações”, diz a nota.
O documento da Plastivida diz ainda que “o banimento de nenhum produto, seja ele uma sacola plástica ou outro qualquer, não é a solução” e que “a solução adotada pelo Governo de São Paulo vai na contramão do equilíbrio das soluções verdadeiramente sustentáveis”.
Veja a seguir a íntegra da nota:
“Foi com surpresa que a Plastivida Instituto Sócio Ambiental dos Plásticos recebeu a notícia sobre o posicionamento do Governo de São Paulo e da APAS (Associação Paulista de Supermercados), que anunciaram, no último final de semana, um acordo com vistas ao banimento de sacolas plásticas no Estado até o final do ano. Segundo o anúncio, cada nova sacola seria cobrada do consumidor a R$ 0,19.
Há poucos dias, no entanto, o Governo do Estado havia anunciado a constituição de um Grupo de Trabalho para em 45 dias anunciar medidas em relação às sacolas plásticas. O anúncio falava em ouvir todos os setores envolvidos, inclusive a indústria, o que não aconteceu.
A preocupação da Plastivida, que representa a cadeia produtiva dos plásticos até seu descarte no pós-consumo, é que esse tipo de acordo possa penalizar o consumidor, quando existem alternativas concretas de redução do consumo que preservam o meio ambiente, sem ferir o direito de escolha de cada um.
Queremos ter o direito de apresentar ao Secretário Bruno Covas o Programa de Qualidade e Consumo Responsável de Sacolas Plásticas, que conta com o apoio da ABRAS (Associação Brasileira de Supermercados) e de 5 das 10 maiores redes de supermercado e que pode proporcionar uma redução do consumo de pelo menos 30% do volume total de sacolas. Já há resultados concretos neste sentido, que levaram à redução de 4 bilhões de sacolas desde que o Programa foi implementado em 2007 até hoje. Este Programa, inclusive, foi reconhecido pelo Ministério do Meio Ambiente como um exemplo de sucesso.
Desenvolvido pela Plastivida, Instituto Nacional do Plástico (INP) e Associação Brasileira da indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis (Abief), o Programa está presente em oito capitais (São Paulo, Porto Alegre, Salvador, Goiânia, Brasília, Rio de Janeiro, Recife e Florianópolis), e segue com o objetivo de alcançar e até mesmo ultrapassar a marca dos 30% de redução no uso de sacolas plásticas até 2012.
As entidades também lançaram em 2010 a Escola de Consumo Responsável, um projeto itinerante que tem levado os conceitos de uso responsável e descarte adequado dessas embalagens para todo o País.
É necessário equilíbrio ao tratar das questões ambientais
A Plastivida reforça que as ações de preservação ambiental devem ser equacionadas para que, além de eficazes, não gerem prejuízos ao consumidor. A população utiliza a sacola plástica para acondicionar o lixo doméstico, assim como para outros tantos usos, o que representa economia. Na falta dessa embalagem, o consumidor deverá comprar sacos de lixo? Embalar o lixo em plástico é uma recomendação dos órgãos de saúde do país, para que se evitem contaminações.
O casamento das sacolas plásticas com a preservação do meio ambiente pode ser observado no estudo encomendado pelo governo Britânico sobre o impacto ambiental de diversos tipos de sacolas de supermercado. O estudo verificou o ciclo de vida de sacolas de algodão, ecobags, sacos de papel e sacolas plásticas tradicionais e o resultado apontou que a proporção de matéria prima usada nas sacolinhas em comparação com as tantas possibilidades de reutilização que elas oferecem as fazem ser mais sustentáveis que os outros tipos de sacola.
Outro importante dado do estudo é que, devido ao fato da sacolinha plástica apresentar o menor peso dentre as opções analisadas, ela apresenta, em seu processo produtivo, a menor geração de CO2 frente às outras opções. Não há justificativa para se falar em banimento quando estudos científicos mostram que a sacola de plástico leva vantagem sobre outros materiais em oito das nove categorias de avaliação.
Perguntamos: deveríamos banir as sacolas ou promover ações em favor de seu uso responsável? Imagine se baníssemos tudo o que é moderno e que ao mesmo tempo tenha algum impacto ambiental. Voltaríamos aos primórdios, com baixa qualidade e baixa expectativa de vida e com epidemias que, atualmente, só fazem parte dos livros de história e total falta de higiene no contato com os alimentos.
O banimento de nenhum produto, seja ele uma sacola plástica ou outro qualquer, não é a solução. Na sociedade contemporânea, que consome livremente, não apenas as sacolas, mas também a água, combustíveis, etc, a melhor forma de usufruir dos benefícios (conforto, praticidade, economia, segurança e qualidade de vida) a que todos temos direito é utilizar este ou qualquer outro produto de forma responsável, o que significa aplicar o conceito ambiental, reconhecido internacionalmente, dos 3R’s: Reduzir, Reutilizar e Reciclar.A Plastivida acredita que a responsabilidade compartilhada por todos (indústria, população, varejo e governo) aliada à educação, consumo responsável e descarte adequado é a solução para que a população seja beneficiada, assim como o meio ambiente. A solução adotada pelo Estado de São Paulo vai na contramão do equilíbrio das soluções verdadeiramente sustentáveis e a Plastivida quer dialogar com o Governo de São Paulo, no sentido de contribuir para que as soluções definidas sejam realmente amigas do meio ambiente – e, também, do consumidor.”