A Unilever apresentou uma nova tecnologia para reciclar embalagens flexíveis. Chamada CreaSolv Process, a técnica foi desenvolvida em parceria com o Instituto Fraunhofer de Engenharia de Processos e Embalagens IVV (Fraunhofer Institute for Process Engineering and Packaging IVV), na Alemanha.
Bilhões de sachês descartáveis são vendidos a cada ano, particularmente em mercados em desenvolvimento e emergentes, especialmente na Ásia. Essas embalagens são extremamente eficientes em termos de custos, e permitem que consumidores de baixa renda comprem pequenas quantidades de produtos que, de outra forma, seriam inacessíveis a eles. Mas sem uma solução viável de reciclagem, os sachês acabam em aterros ou lixões, quando não em rios e oceanos.
A tecnologia de processo CreaSolv foi adaptada de um método usado para separar retardadores de chama bromados dos polímeros em resíduos eletrônicos em aparelhos de televisão.
Durante o processo, o plástico é recuperado do sachê para, depois, ser usado para fabricar novos sachês para produtos Unilever – criando uma abordagem de economia circular completa.
“No mundo inteiro, bilhões de sachês são utilizados uma única vez e descartados, acabando em aterros sanitários, em rios ou oceanos”, comenta David Blanchard, chefe de Pesquisa & Desenvolvimento da Unilever. “No início deste ano, anunciamos o compromisso de ajudar a resolver a questão por meio de novas tecnologias de reciclagem. Pretendemos fazer com que essa tecnologia seja de fonte aberta e esperamos ganhar escala na tecnologia com parceiros na indústria, para que outras empresas – incluindo nossos concorrentes – possam usá-la”, continua o executivo.
“O argumento econômico a favor dessa tecnologia é muito claro. Sabemos que, globalmente, perdem-se de 80 a 120 bilhões de dólares por ano porque os plásticos não são reciclados adequadamente. Acreditamos que nosso compromisso de tornar 100% de nossas embalagens recicláveis, reutilizáveis ou compostáveis apoiará o crescimento do nosso negócio no longo prazo”, completa Blanchard.
A Unilever vai inaugurar uma planta piloto na Indonésia ainda esse ano para testar a viabilidade comercial de longo prazo da tecnologia CreaSolv. A Indonésia é um país crítico para o combate aos resíduos, já que gera 64 milhões de toneladas por ano, das quais 1,3 milhão tem como destino o oceano.
“Com esta planta piloto, pela primeira vez poderemos realizar a reciclagem de polímeros de alto valor de sachês de múltiplas camadas pós-consumo. Nosso objetivo é comprovar a viabilidade econômica e os benefícios ambientais do processo CreaSolv”, afirma Andreas Mäurer, chefe de Reciclagem de Plásticos da Fraunhofer IVV. “ Nossos cálculos indicam que poderemos recuperar 6 quilos de polímeros puros com a mesma energia necessária para produzir 1 quilo de polímero virgem”, acredita Mäurer.