Tecnologia de pigmentos reativos a laser se apresenta como alternativa híbrida à impressão digital
Durante a mais recente realização da Drupa (feira de tecnologia gráfica encerrada em junho na Alemanha), a DataLase, uma empresa inglesa, mostrou o que diz poder “revolucionar o mundo da impressão”. Trata-se da possibilidade de gravação monocromática, mas com diferentes opções de cores, de informações variáveis em nível unitário ou em lotes de embalagem, em alta velocidade e com custos alegadamente competitivos. De acordo com o fabricante, é possível, com um único laser, gravar textos e desenhos com até 10 centímetros de altura a uma velocidade de 2 metros por segundo, em diferentes substratos, como filmes, papel cartão e papelão ondulado.
A novidade, batizada de Variprint, é uma evolução da já consolidada tecnologia de mudança de cores por meio de reação à exposição a um feixe de laser – desses usados em marcação e codificação. Consiste, basicamente, na aplicação, durante o processo de impressão, de um verniz incolor ao qual é adicionado um pigmento reativo que, ao ser atingido pelo laser, assume uma cor pré-estabelecida pelo brand owner (veja no quadro abaixo como a tecnologia funciona). Segundo a DataLase, por não se utilizar tinta no processo de gravação, não haveria riscos de migração ou de contaminação, no caso de produtos sensíveis. Existiria ainda a vantagem de permitir a inclusão das informações variáveis apenas na linha de acondicionamento.
Consultada por EmbalagemMarca, a DataLase sugere ser essa uma ótima alternativa para a gravação de todas as informações hoje aplicadas com as codificadoras a laser e inkjet convencionais, como lotes de produção, dados de rastreabilidade e datas de validade, e também de textos e grafismos requeridos pelo marketing. Para ilustrar, a DataLase cita o caso hipotético de uma água mineral saborizada com diferentes frutas, comercializada em mais de um país, podendo trazer mensagens promocionais customizadas. No processo convencional, essa operação demandaria múltiplos rótulos, que poderiam ser substituídos por uma única arte geral em que fossem gravados, posteriormente, os dados variáveis.
A agilidade é, efetivamente, um dos pontos fortes da tecnologia. “Normalmente, embalagens que são associadas a eventos esportivos, por exemplo, devem ser impressas com alguma antecedência”, diz o gerente de desenvolvimento de negócios da DataLase, Mark Naples. “Com a nossa tecnologia, seria possível parabenizar o vencedor de uma partida já no dia seguinte.”
Para os convertedores, o sistema seria uma alternativa a investimentos mais robustos em equipamentos digitais, por viabilizar a personalização de embalagens em linhas convencionais de impressão já existentes.
Os pigmentos reativos a laser produzidos pela DataLase são licenciados a uma série de fabricantes de tintas e vernizes, como a Sun Chemical (através da linha SunLase), ficando a empresa inglesa responsável pela venda e distribuição da tecnologia a laser.
Como funciona?
Pensada para ser uma alternativa mais simples à impressão digital tradicional, a tecnologia Variprint propõe-se a resolver necessidades mais simples de aplicação de dados variáveis em diferentes substratos. Segundo informações disponibilizadas pela empresa que desenvolveu a solução – a inglesa DataLase – é possível utilizá-la em rótulos, embalagens flexíveis, cartuchos de papel cartão e caixas de embarque. Veja a seguir como é o processo:
- O pigmento reativo é incorporado a um verniz aplicado em áreas determinadas usando processos tradicionais como flexografia, offset, rotogravura e serigrafia;
- A exposição ao feixe de laser faz o verniz assumir uma cor predeterminada, “imprimindo” as informações desejadas;
- Com alta definição, os textos e elementos gráficos gravados no substrato não borram e são resistentes ao atrito.
* Reportagem publicada na revista EmbalagemMarca 204, agosto de 2016