Tendências que irão redefinir as embalagens para a indústria de proteínas em 2025

Por Mariano Iocco*

* Mariano Iocco é diretor de Marketing para América Latina da Sealed Air

Com uma produção robusta e dinâmica, o Brasil se destaca no cenário global como um dos principais produtores de proteínas. Este reconhecimento não é apenas fruto de números impressionantes, mas também de um compromisso contínuo com a inovação e a qualidade. Somente em carne bovina, entre 2023 e 2024, o país alcançou a marca de 10,7 bilhões de toneladas produzidas, representando 18% da produção mundial. Além de ter se posicionado como o maior produtor de carne de frango no mundo e estar em 4º lugar no ranking de produção de carne suína.

Além dos números relativos à produção, o país também impressiona em consumo: segundo a Abiec – Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes – em 2024, os brasileiros consumiram 7,78 toneladas de carne bovina, a proteína de maior valor agregado no país. Do total produzido, 3,02 milhões de toneladas foram destinadas à exportação, reforçando a relevância do Brasil tanto como consumidor quanto como fornecedor global.

Com um mercado tão desenvolvido internamente e sendo um dos maiores produtores do mundo, é natural que os hábitos de consumo no Brasil evoluam constantemente, acompanhando novas demandas e tendências. Esse movimento tem impulsionado a popularização de tecnologias inovadoras, como as embalagens case ready (prontas para as prateleiras). Um exemplo disso são as embalagens que utilizam sistemas de atmosfera de proteção (ATP), que evitam a oxidação e potencializam a maturação natural da carne, garantindo maior qualidade e frescor para o consumidor final.

Essas embalagens vêm ganhando espaço não apenas no segmento de carne bovina, mas também entre produtores de aves, suínos, pescados e até na indústria de laticínios, que buscam agregar valor aos seus produtos, destacando-se nos pontos de venda enquanto mantêm as propriedades de conservação que os sistemas tradicionais, como os sacos a vácuo, já oferecem para porções maiores. O diferencial dessas embalagens está na combinação de praticidade e apelo visual, alinhando-se às expectativas de um consumidor cada vez mais exigente.

Praticidade e Conveniência: Atendendo a Novas Configurações Familiares

Um fator que ilustra bem as mudanças nas expectativas e necessidades do consumidor e suas demandas para este e os próximos anos é a rápida transformação na configuração familiar no Brasil. Segundo o Censo de 2022, o percentual de domicílios com apenas uma pessoa subiu de 12,2% em 2010 para 18,9% em 2022. Já a proporção de casais sem filhos também aumentou, passando de 16,1% para 20,2% no mesmo período. O que reflete diretamente na busca crescente por praticidade no consumo, com maior demanda por produtos que se adaptem a rotinas mais dinâmicas e necessidades individuais ou de pequenos núcleos familiares.

Nesse contexto, outra embalagem do tipo case ready que vem se consolidando como uma tendência em expansão no mercado nacional são as embalagens termoformadas. Essa tecnologia oferece uma solução eficiente e visualmente atrativa tanto para produtores quanto para consumidores. Para os produtores, especialmente aqueles que trabalham com cortes personalizados, as embalagens termoformadas permitem grande flexibilidade de aplicação, com a possibilidade de utilização de diferentes tipos e espessuras de filmes, com ou sem barreira ao oxigênio e sendo compatíveis com diferentes fundos – flexíveis, rígidos ou semirrígidos – atendendo as particularidades de múltiplos mercados.

Além disso, o apelo visual dessas embalagens é um grande diferencial. Elas podem ser projetadas com áreas transparentes que preservam a visibilidade do produto, enquanto oferecem a possibilidade de impressão de alta qualidade, destacando informações importantes e melhorando a apresentação nas prateleiras. Isso não apenas facilita a escolha do consumidor, mas também agrega valor ao produto no ponto de venda.

Automação: Eficiência para Agregar Valor e Minimizar Perdas

Outro fator essencial quando falamos do futuro das embalagens é a automatização de processos. Para assegurar que toda a tecnologia embarcada em soluções robustas de embalagem, como as termoformadas, cheguem ao varejo e posteriormente ao consumidor final íntegras, padronizadas e com boa apresentação, garantir um processo eficiente dentro da indústria é fundamental.

Com isso, a automação nas operações de embalagens de alimentos ganha o protagonismo. Sistemas automatizados não apenas aumentam a eficiência e são capazes de reduzir custos relacionados a falhas operacionais, como também garantem uma maior uniformidade e qualidade no produto final. Empresas líderes no setor têm adotado equipamentos que automatizam todo o processo de envase, o que tem resultado em uma redução significativa de reprocesso e incremento na produtividade.

Além disso, quando unimos embalagens eficientes com sistemas de automação avançados, criamos soluções integradas que além colaborar com a manutenção do alto padrão de qualidade que as indústrias de proteínas exigem, também minimizam a incidência de perdas de alimentos – um desafio significativo que afeta cerca de 14% da produção global, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Essa abordagem integrada reforça a competitividade das empresas ao otimizar processos e promover um uso mais eficiente de recursos, pontos cada vez mais valorizados pelo mercado.

Em resumo, o ano de 2025 marca um período de grande inovação e avanço para a indústria de embalagens no Brasil e no mundo. Avanços como os elencados não são apenas uma tendência, mas um passo estratégico para empresas que desejam se posicionar como líderes no setor e responder às exigências do mercado global.

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