Crescimento consistente

SIMEI, maior feira vitivinícola do mundo, registra alta no número de visitantes e expande negócios para além do mercado de vinhos

Em entrevista exclusiva a EmbalagemMarca, a gerente da feira, Monica Pedrazzini, fala dos planos de expansão da SIMEI e das tendências do mercado de bebidas

Por Marcos Palhares, de Milão

Pavilhões da Fiera Milano, em Rho (Itália), receberam expositores de 32 países para a 30ª edição da SIMEI

Entre os dias 12 e 15 de novembro de 2024, foi realizada em Milão, na Itália, a 30ª edição da SIMEI, feira dedicada à indústria de bebidas, nascida para difundir as tecnologias voltadas aos vitivinicultores, mas que vem expandindo seu alcance para mercados correlatos, como o de azeites, destilados, cervejas especiais e outras bebidas.

A gerente da feira, Monica Pedrazzini, conversou com exclusividade com a equipe de EmbalagemMarca, que visitou os pavilhões dedicados à exibição, e contou os planos para a próxima edição do evento, marcada para o período de 17 a 20 de novembro de 2026.

Percebemos que nos corredores da SIMEI está crescendo o número de expositores de outros segmentos da indústria de bebidas. Não é mais predominantemente uma feira para as indústrias de vinho e azeite, como em edições passadas. A senhora enxerga nisso uma tendência consolidada?

Monica Pedrazzini, gerente da SIMEI

A sua percepção está correta. Já há algumas edições estamos recebendo visitantes que produzem cervejas especiais e destilados, por exemplo. Na prática, a indústria italiana de vinhos, que deu origem à SIMEI, é muito avançada em termos de equipamentos e embalagens com características interessantes também para outros produtos. Nossos fabricantes se especializaram em oferecer qualidade e tecnologia com bastante flexibilidade, para atender às demandas dos vitivinucultores. Outra característica que se tornou mais presente é a conectividade, que ajuda a monitorar processos e a garantir eficiência e consistência na produção de bebidas. E isso tudo tem se mostrado muito positivo para outros segmentos, especialmente aqueles que precisam variar os lotes de produção com frequência, e que têm na qualidade dos produtos e na boa apresentação das embalagens aspectos vitais para o sucesso. Entendemos, portanto, que essa tendência vai se fortalecer nas próximas edições.

E o que a SIMEI tem feito para mostrar aos visitantes que a incorporação de novos segmentos à feira veio para ficar?

Na prática, isso já vinha acontecendo naturalmente com alguns expositores, como fornecedores de garrafas, rótulos e máquinas de envase, que traziam para seus estandes soluções que não se limitavam aos produtores de vinho ou de azeite. Mas nós trouxemos para os corredores da feira algumas iniciativas, como o primeiro Fórum para Cervejas e uma área dedicada a destilarias, chamada Distillo Expo, mostrando que estamos trabalhando nessa direção.

Acreditamos que o público já compreendeu essa ampliação de escopo, pois a visitação à SIMEI foi muito boa. Tivemos delegações de 32 países para visitar os 578 expositores desta edição da feira. Esses números são particularmente interessantes porque não registram apenas um crescimento, mas um aumento numa época de dificuldade econômica para a Europa.

Uma tendência que verificamos na indústria global de bebidas é o desenvolvimento de produtos não-alcoólicos voltados ao consumo adulto. Na SIMEI, pudemos perceber alguns movimentos nesse sentido. Essa é outra tendência importante, em sua opinião?

Na prática, essa é uma demanda do consumidor que, por opção ou por necessidade, não ingere bebidas alcoólicas. Há espaço para produtos que criem boas experiências de consumo para essas pessoas, e isso se reflete, naturalmente, na oferta de insumos, embalagens e equipamentos para produzir bebidas não-alcoólicas direcionadas ao público adulto.

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