Owens-Illinois cria hub logístico para coletar vidro no Nordeste

A Owens-Illinois (O-I), líder mundial na fabricação de embalagens de vidro, está apoiando a criação de três hubs logísticos focados em coletar de forma eficiente, acumular de forma a otimizar o frete, e realizar a pré-triagem e trituração do vidro para maximizar a capacidade de carga dos veículos e, assim, aumentar a reciclagem de vidro pós-consumo na fabricação de novas embalagens.

Cidades do interior do nordeste brasileiro, como Cajazeiras, situada no sertão da Paraíba; Serra Talhada, localizada em Pernambuco; Porto Seguro, Trancoso e Teixeira de Freitas, na Bahia; consideradas paraísos turísticos brasileiro, enfrentam um desafio comum: a gestão de resíduos, como as embalagens de vidro pós-consumo, atualmente, tem como destino principal os aterros sanitários.

Sendo assim, a O-I assume o protagonismo, em parceria com a startup Grupo Seiva, criando um hub logístico para coleta em grandes geradores, acumulação e trituração de vidro no extremo sul da Bahia. A região de Porto Seguro e Arraial D`ajuda, Trancoso e Teixeira de Freitas, consideradas um dos principais paraísos turísticos do país, recebe cerca de 2 milhões de turistas em período de alta temporada. Com o alto volume de turistas, um dos grandes obstáculos para os resorts, bares e restaurantes do munícipio sempre foi dar destino correto ao vidro.

Com isso, a O-I e o Grupo Seiva irão realizar, a partir de agora, a coleta dedicada de vidro em grandes geradores, bem como instalar inicialmente 20 máquinas trituradoras de vidro, adaptadas às necessidades dos bares, restaurantes, barracas de praia e resorts de Porto Seguro, Arraial D’ajuda, Trancoso e Teixeira de Freitas. Assim, o vidro de todos os tipos de garrafas será triturado e escoado para bombonas com capacidade para armazenar até 400 garrafas trituradas. Após esse processo, o material será recolhido de forma segura e limpa, e levado por caminhões até as fábricas da O-I. A estimativa é coletar 2.500 toneladas de vidro por ano na região.

Outra iniciativa relevante é a parceria com o Instituto Recicleiros. A O-I firmou um contrato para que o Instituto Recicleiros utilize suas unidades produtivas, instaladas nessas cidades, como um hub logístico do vidro que possibilitará a coleta de vidro e sua reciclagem para reutilização como matéria-prima para fabricação de novas embalagens.

É esperado por meio dessa facilitação logística ampliar o impacto, levando a oportunidade de comercialização para cooperativas e associações que estão em um raio de até 200 quilômetros das estruturas em Pernambuco e Paraíba. O objetivo é possibilitar a cooperativas e associações, que possuem pouco volume de material e ausência de equipamentos, se conectarem ao mercado por meio da infraestrutura e cadeia logística do Instituto Reciclieros. Isso significa conectar essas organizações e catadores ao mercado, garantindo para todos a compra por um valor justo. A ideia é que todas as unidades pertencentes ao Programa Recicleiros Cidades, espalhadas por todo o Brasil, se tornem hubs logísticos.

Dessa forma, em parceria com o Instituto Recicleiros, a O-I vai expandir o raio de atuação para a coleta de embalagens de vidro pós-consumo nos arredores de Cajazeiras (PB) e Serra Talhada (PE). “O objetivo é criar condições de chegarmos a locais de longa distância no interior do Nordeste para coletar o vidro pós-consumo e encaminhá-lo às nossas fábricas para reciclagem e utilização dos cacos de vidro como matéria-prima para a fabricação de novas embalagens de vidro”, explica Alexandre Macário, gerente do Departamento de Economia Circular da O-I.

Segundo a Owens-Illinois, “é fundamental ressaltar o Decreto 11.300, de 2022, que traz diversas mudanças importantes a fim de criar um ecossistema que aumente os índices de reciclagem de vidro no Brasil. Essas parcerias, realizadas pela O-I com o Instituto Recicleiros e a staturp Grupo Seiva, têm como objetivo apoiar a amarração final dessa visão de construção de ecossistema, uma vez que para se criar adicionalidade na reciclagem (decreto 11.413/23 de Crédito de Massa Futura) e garantir o cumprimento das metas de recuperação de vidro (Decreto 11.300/22) é preciso investir não só em infraestrutura, mas também ter o compromisso da indústria com o preço mínimo – que viabiliza o processamento e o transporte do material para reciclagem”.

O decreto do vidro representa um marco importante para a gestão de resíduos sólidos no Brasil, incentivando a reciclagem e a construção de uma sociedade mais sustentável. “Acreditamos que a responsabilidade compartilhada gera a prosperidade coletiva. Mesmo sendo um dos maiores recicladores de vidro do país, ainda há muito a ser feito e é cada vez mais necessário liderar e promover iniciativas que conectem em rede os diferentes elos da cadeia, a fim de resolver um problema comum, gerar renda e viabilizar a logística reversa do vidro até nossos fornos”, acrescenta Macário.

 Pesquisa de mercado realizada em 2022 identificou que a principal barreira para a reciclagem do vidro, em locais de longa distância, era encontrar um comprador para o material pós-consumo. “Dessa forma, o vidro pós-consumo acabava sendo, muitas vezes, direcionado para reutilização no segmento de falsificação de embalagens. Então, o nosso trabalho é essencial para garantir que as embalagens de vidro pós-consumo e não retornáveis (one way) poderão ser quebradas e coletadas de forma segura por empresas e/ou projetos que garantam a destinação dos cacos a indústrias fabricantes e recicladoras, como a O-I, e possam efetivamente retornar ao mercado de forma lícita”, acrescenta Macário.

O vidro é um material 100% reciclável, que pode ser transformado em novas embalagens infinitas vezes, sem perdas. A cada seis toneladas de vidro reciclado, deixa-se de emitir, em média, uma tonelada de dióxido de carbono (CO2), o que corresponde a um crédito de carbono acumulado, pelo conceito definido no Protocolo de Quioto. E, a cada tonelada de vidro reciclado, deixam de ser ocupados 0,8 m3 em aterros para resíduos sólidos. Além disso, cada tonelada do material reciclado evita a extração de 1,2 tonelada de matérias-primas virgens, como areia, calcário e carbonato de sódio.

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