A Bignardi, fabricante brasileira de papéis para impressão e escrita, anunciou recentemente a produção de seu cut size Eco Millenium 75g/m² no formato A4 (210mm x 297mm) com inclusão de fibras oriundas da reciclagem de liner – o suporte das etiquetas e dos rótulos autoadesivos, que normalmente se torna resíduo após a aplicação.
Trata-se de um marco muito importante para a circularidade na cadeia de embalagens, e coroa os esforços da Polpel – a empresa que desenvolveu a tecnologia de reciclagem desse material – no sentido de oferecer ao mercado alternativas de fechamento de ciclo para o resíduo do liner. “As empresas, hoje, querem contribuir com a economia circular e utilizar seus próprios resíduos nos itens que produzem”, explica o diretor executivo da recicladora. “Essa parceria com a Bignardi possibilita que as empresas imprimam, por exemplo, suas notas fiscais em papel produzido com percentual dos seus próprios resíduos, e isso é fantástico.”
Graças ao contínuo aprimoramento dessa tecnologia, as fibras dos liners descartados estão retornando ao ciclo econômico com qualidade e estabilidade de fornecimento, dando às empresas que acreditam na importância da economia circular a tranquilidade necessária para investir em novos produtos que incorporem essa matéria-prima.
“A fibra de celulose obtida pela reciclagem de liner, fornecida pela Polpel, representa 10% da composição fibrosa do Eco Millenium A4 75g/m²”, conta Thiago Bignardi, gerente da Bignardi Papéis. “Esse produto é rigorosamente desenvolvido sob as diretrizes da norma ABNT NBR 15755:2009, garantindo um mínimo de 50% de material reciclado em sua composição, dos quais pelo menos 25% são provenientes de resíduos pós-consumo.”
Esse tipo de iniciativa tem grande importância para a saúde econômica da cadeia da reciclagem. “Na Bignardi Papéis, buscamos viabilizar a utilização de resíduos tratados em novos produtos, fortalecendo a economia circular”, conta Dias. “Isso não apenas atribui valor aos resíduos, incentivando a coleta e a recuperação de liners, mas também educa o mercado e a sociedade sobre a importância dessa cadeia.”
Na Polpel, o projeto com a Bignardi também deixou marcas positivas. “Foi um divisor de águas no trabalho que nos propomos a realizar”, explica Ailton Alves. “Ficamos muito contentes quando vemos nosso produto sendo incorporado em aplicações como o Eco Millenium, iniciando um novo ciclo a partir da reciclagem.”
Desafios da Bignardi
Veja abaixo, nas palavras do gerente da Bignardi Papéis, Thiago Bignardi, os desafios enfrentados para avançar em projetos de circularidade:
“Primeiro, é preciso formar parcerias estratégicas, desenvolvendo fornecedores que possam oferecer insumos inovadores e com qualidade. Além disso, sempre é preciso fazer algum tipo de adequação industrial, com investimentos contínuos em tecnologia e treinamento para adaptar as instalações para processar esses insumos de maneira eficiente. Por fim, temos que trabalhar a comunicação, desenvolvendo estratégias eficazes que eduquem e motivem o mercado a valorizar produtos circulares. Isso envolve não apenas destacar os benefícios ambientais dos nossos produtos, mas também criar uma demanda sustentável por eles, através do engajamento do consumidor com a causa da economia circular.”
