Pesquisa mostra que reciclagem é a única fonte de renda para 82% dos profissionais de cooperativas no Brasil

O C.Lab, laboratório de pesquisas da Nestlé, conduziu, durante o mês de maio deste ano, uma grande pesquisa intitulada “Reciclagem – Impacto Social e Potenciais de Transformação”. O levantamento, dividido em duas fases (1º com cooperativas e 2ª fase com autônomos), contou, nessa primeira análise, com 760 respondentes espalhados por todo o Brasil. Os dados colocam luz à realidade e desafios enfrentados por esses profissionais que, diariamente, contribuem para a circularidade da economia e têm, na atividade (para 82% dos respondentes), sua única fonte de renda e cujas principais preocupações cotidianas são saúde e alimentação (para 84% e 68%, respectivamente).

A pesquisa contribuiu, também, para apurar outros dados, conforme abaixo:

– Dentre os respondentes, 61% são mulheres, 51% têm entre 25 e 44 anos, 45% se autodenominam pardos, 26% pretos e 24% brancos, 2% amarelos, 1% indígena (2% não responderam), apenas 3% têm ensino superior completo;

– 95% afirmam ter luz elétrica em casa. Outros 69% dizem contar com rede de esgoto e 66% residem em rua asfaltada. 70% têm acesso à Internet;

– 84% têm filhos, 53% têm casa própria e 47% têm renda familiar de 1 a 3 salários mínimos (até R$3.636);

– Almoço é a principal refeição para 95% dos respondentes e apenas 22% recebem alguma doação de alimentos. 30% já deixaram de fazer alguma refeição porque não tinham dinheiro para comprar comida e para 50% os alimentos acabaram antes que tivessem dinheiro para comprar mais comida. 27% das pessoas que participaram disseram que fizeram apenas uma refeição em um dia ou já ficaram o dia inteiro sem comer porque não tinham dinheiro para comprar comida.

“O C.Lab é uma ferramenta poderosa para aproximar a Nestlé de seus consumidores e clientes. E, por que não a utilizar para nos conectarmos também com estes parceiros tão importantes na cadeia de reciclagem e que nos auxiliam na nossa trajetória de sustentabilidade? Este é um estudo que nos traz muita satisfação e nos permite dar voz a estes agentes para aprofundar o entendimento de suas reais necessidades e melhor direcionar nossas ações”, afirma Priscilla Caselatto, gerente de Consumer Insights da Nestlé Brasil.

 A pesquisa também buscou entender qual o impacto que a reciclagem já tem na vida desses profissionais. O levantamento apurou que para 82% dos entrevistados, a coleta de materiais recicláveis é a única fonte de renda – mais da metade dessas pessoas (50%) trabalham cinco vezes na semana e 63% trabalham entre seis e oito horas por dia.

Quando questionados sobre profissionalização, 59% responderam que já receberam algum tipo de capacitação e 81% demonstraram interesse em receber treinamentos; a grande maioria (96%) usa EPIs.

“Desde que você faz parte de uma cooperativa ou programa, sentiu alguma mudança positiva na sua qualidade de vida?” – a essa pergunta, os entrevistados responderam:

– aumento de renda = 60%

– passaram a se sentir mais valorizados = 43%

– tiveram mais treinamento e aprendizados = 32%

– notaram melhora na segurança do trabalho = 30%

– melhoraram a saúde = 19%

– não notaram nenhuma mudança = apenas 6% dos entrevistados

“Entender a realidade dos profissionais que realizam a coleta de materiais recicláveis nos impulsiona a pensar em ações para contribuir positivamente com todo o ecossistema. Sabemos que, coletivamente, podemos ir muito mais além. Dados como esses de mudança positiva de renda e de autoestima – tão relevantes quando estamos falando de mobilidade social – nos estimulam a seguir buscando informações e caminhos para impactarmos de forma sustentável tudo o que está ao nosso redor”, afirma Barbara Sapunar, diretora de Sustentabilidade, Comunicação e Branding da Nestlé Brasil.

A segunda fase da pesquisa, que contará também com dados do universo de catadores autônomos, será realizada ainda em junho deste ano.

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