O programa eureciclo impacta anunciou que levará, em 2022, aproximadamente 25 milhões de reais para mais de 200 cooperativas e operadores privados, promovendo a estruturação e a formalização das empresas do mercado, além de estimular a reciclagem de volumes mais expressivos de resíduos. O montante é maior que o total investido desde o início das operações (23 milhões de reais), totalizando quase 50 milhões de reais de investimento até o fim deste ano.
“Todo o projeto acontece por meio da compensação ambiental e dos Certificados de Crédito de Reciclagem (CREs)”, explica Marcella Bueno, diretora de operações da eureciclo. “O modelo é uma das melhores soluções para um país de dimensões continentais, já que trabalha com resíduos equivalentes. Ou seja, em vez de reciclar os itens exatos que colocou no mercado e não conseguiu recuperar, a empresa pode optar pela reciclagem de pesos proporcionais do mesmo tipo de material, como papelão ou vidro, por exemplo”, completa. A eureciclo já compensou, desde 2017, 400 mil toneladas de resíduos em parceria com mais de 6 mil clientes que utilizam o serviço no Brasil.
O eureciclo impacta contempla, ao todo, 200 cooperativas e operadores privados, parceiros da certificadora, instalados em todos os estados do país. Com isso, será possível homologar mais agentes expandindo para novas regiões. Além disso, a qualificação permite ampliar a quantidade e a triagem dos materiais em diversos grupos (e não apenas em papel, vidro, metal e plástico), aperfeiçoando os resultados. O investimento será dividido em duas frentes:
– Processo tradicional de comercialização dos CREs: acontece após a venda do material triado pelos operadores à indústria transformadora, similar ao que ocorre com os créditos de carbono;
– Investimento adiantado: os parceiros selecionados recebem antecipadamente, com geração posterior de créditos, como uma forma de ajudar a aumentar a capacidade operacional.
Além dos impactos econômicos e ambientais, o programa também beneficia agentes de reciclagem que não têm conhecimento para formalizar seus serviços. Cerca de 70% das centrais parceiras viram sua produtividade crescer em 2021. “Nosso objetivo é incluir nesse ciclo os trabalhadores que ainda não atingiram a estrutura ideal e, por isso, continuamos a busca por uma forma de contemplar toda a rede, que é fundamental para a reciclagem”, conta Bueno.
Os certificados funcionam com a mesma lógica dos créditos de carbono, mas são voltados à logística reversa. Pela PNRS, todas as empresas que geram, comercializam ou importam embalagens, precisam se responsabilizar por, no mínimo, 22% da destinação ambientalmente correta destes resíduos após o consumo.