A Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEA) aprovou nesta semana um acordo para criar o primeiro tratado global para combater a poluição causada pelo plástico. A resolução é considerada pela organização como o mais significativo pacto ambiental desde o Acordo de Paris, assinado em 2015. A foi aprovada para abordar todo o ciclo de vida do plástico, incluindo produção, design e descarte, em uma tentativa de combater a poluição.
A resolução estabelece um Comitê Intergovernamental de Negociação, que começa a funcionar em 2022. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) convocará um fórum até o final deste ano com as partes interessadas. As discussões serão “informadas pela ciência”.
Os estados-membros da organização debateram o tema durante mais de uma semana em Nairóbi, capital do Quênia. Com a aprovação, a ONU abre caminho para conter a crescente poluição de plástico em todo o mundo – que afeta diversos biomas, desde os oceanos até áreas verdes.
“Hoje estamos fazendo história, todos devemos estar orgulhosos. A poluição plástica transformou-se em uma epidemia. Com a resolução de hoje, estamos oficialmente no caminho certo para uma cura”, afirmou Espen Barth Eide, presidente da UNEA.
Escrita em linhas gerais, a resolução ainda carece de detalhes. A negociação do tratado vinculante, por um comitê intergovernamental, terá efeitos em empresas e economias de todo o mundo.
Tratados restritivos à produção, uso ou design de plástico geram impactos econômicos, por exemplo, em empresas petrolíferas e químicas que fabricam produtos plásticos, além de gigantes de bens de consumo que vendem produtos em embalagens de uso único.
Alguns dos países mais afetados pelos impactos do futuro tratado seriam os Estados Unidos, a Índia, a China e o Japão.