Puma redesenha suas caixas de tênis em modelo de design sustentável

Como parte do compromisso de cada vez mais se tornar uma marca sustentável, a Puma redesenhou suas caixas de tênis, visando economizar 2.800 toneladas de papelão por ano, causando um impacto ambiental positivo em toda a sua linha de produtos. As novas caixas, apresentadas neste semestre, são tão resistentes quanto as antigas e feitas com 95% de papelão reciclado.

Essa iniciativa representa mais um dos compromissos da Puma de tornar seus suprimentos de varejo mais sustentáveis. Até 2023, a empresa também não usará nenhuma sacola plástica em suas lojas no mundo todo e trocará outros suprimentos de varejo, como cabides e sapateiras, para alternativas mais sustentáveis.

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“Se considerarmos que são necessárias cerca de 12 árvores para fazer uma tonelada de papelão, estaremos economizando 33.600 árvores todos os anos. Isso é mais do que o número de árvores no Central Park em Nova York “, disse Stefan Seidel, Chefe de Sustentabilidade da Puma. “Essas iniciativas, que fazem parte da nossa Estratégia de Sustentabilidade 10FOR25, ajudam-nos a ter um impacto positivo em grande escala”, completa.

Em junho deste ano, a Puma anunciou parceria com a organização ambiental sem fins lucrativos Canopy e se comprometeu que, até 2022, suas embalagens de papelão e papel serão provenientes de fontes recicladas ou certificadas para garantir que elas não sejam derivadas das florestas antigas ou ameaçadas de extinção.

A Two Sides Brasil – entidade que reúne membros das indústrias de base florestal, celulose, papel, cartão e comunicação impressa – em carta à revista EmbalagemMarca, contesta as declarações do chefe de Sustentabilidade da Puma sobre o uso de árvores para a produção de papel para as embalagens. Segundo a Two Sides, “não é verdade que a fabricação de papel é responsável pelo desmatamento e, infelizmente, ainda tem sido comum a disseminação de informações como essa”.

Leia abaixo a íntegra do comunicado da Two Sides Brasil.

“Não é verdade que a fabricação de papel é responsável pelo desmatamento e, infelizmente, ainda tem sido comum a disseminação de informações como essa.

Two Sides é uma organização global, sem fins lucrativos, criada na Europa em 2008 por membros das indústrias de base florestal, celulose, papel, cartão e comunicação impressa. Hoje, atua em 5 continentes e 24 países. Two Sides promove a produção e o uso conscientes do papel, da impressão e das embalagens de papel, bem como esclarece alguns mitos e equívocos sobre os impactos ambientais do setor florestal e da utilização e circularidade desses produtos.

Papel não desmata: vem de fonte renovável e sustentável

Diferentemente do que se acredita, a produção de papel, cartão e papelão não prejudica florestas nativas, ou florestas naturais. No Brasil, 100% da celulose produzida para essa finalidade vem exclusivamente de árvores cultivadas. Usa-se também uma parcela grande de fibras recicladas.

Produzir papel com árvores de matas nativas além de prejudicial ao meio ambiente seria tecnicamente inviável. Devido às variações na composição das madeiras nativas, haveria grande redução da produtividade do processo industrial e da competitividade, tornando o negócio economicamente insustentável.

Portanto, é um engano afirmar que reduzir o consumo de papel salva árvores. Além das plantações de eucalipto e pinus, a indústria brasileira de base florestal, que inclui o segmento de celulose, papel, cartão e papelão, é responsável pela preservação de 0,7 hectare de matas nativas para cada hectare de árvores cultivadas.

Papel: material reciclável e biodegradável

No Brasil, 67% dos papéis consumidos foram reciclados em 2019. Em se tratando de papel, cartão e papelão usados para embalagem, esse índice chegou a 83%. Além disso, a fração desses materiais que ainda não é reciclada, é biodegradável.

Indústria do papel: produção de energia limpa

A indústria de árvores plantadas é um dos poucos setores brasileiros que gera a maior parte da energia elétrica consumida nos seus processos produtivos. As empresas do setor utilizam quase que exclusivamente subprodutos de seus processos para a geração de energia térmica e elétrica. O licor preto, proveniente da produção da celulose e a biomassa florestal, juntos, representam mais de 80% da energia produzida. Com fábricas modernas, além de autossuficientes em energia, a indústria gerou 18,3 milhões GJ excedentes para comercialização para a rede pública.

Florestas cultivadas: estoque de carbono

O cultivo de florestas para a produção de celulose, papel e outros produtos industriais contribui para a redução do efeito estufa, uma vez que as árvores, ao crescerem, capturam CO2 da atmosfera. Os 9 milhões de hectares de cultivos florestais no Brasil, junto com os 5,9 milhões de matas nativas preservadas pelo setor, são responsáveis pelo estoque de aproximadamente 4,5 bilhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (CO2eq). Isso corresponde a mais que o dobro de toda a emissão de carbono no Brasil, em um ano. Portanto, o setor dá uma enorme contribuição no combate às mudanças climáticas.

Florestas cultivadas: preservação da biodiversidade e recursos naturais

Segundo a Embrapa, florestas plantadas são uma alternativa potencial para a recuperação de pastagens degradadas e de recursos hídricos, por meio da redução da erosão superficial e de deslizamentos, melhoria na qualidade da água, retenção de nutrientes e moderação das vazões máximas. Portanto, a afirmação de que plantações de eucalipto secam o solo também é equivocada, desde que sejam manejadas adequadamente, como é a prática dos produtores de celulose.

A indústria de celulose retém, em seus produtos, apenas 0,3% da água utilizada. Do restante, 80% retorna à fonte de onde foi captada. Outros 19,7% voltam à atmosfera na forma de vapor. A água utilizada na fase industrial da produção e devolvida ao meio ambiente atende aos padrões de qualidade determinados pelos órgãos reguladores.

Mais Papel, mais árvores

Se aumentar o consumo de papel, cartão e papelão, será necessário ampliar o cultivo de árvores para sustentar o crescimento da demanda. Portanto, um acréscimo no consumo de papel significa que mais árvores vão existir, e não menos. Mais CO2 será sequestrado da atmosfera e mais áreas de mata nativa serão preservadas. Observamos que hoje a área utilizada no cultivo de árvores para celulose e papel – 3,2 milhões de hectares – não ultrapassa 1,5% das áreas já utilizadas pela agricultura e pecuária no Brasil. Apesar disso, Two Sides defende o consumo consciente de todos os recursos, sem desperdícios.

A importância socioeconômica do setor

A aderência do setor de celulose e papel ao desenvolvimento sustentável é demonstrada também pela sua importância socioeconômica. Segundo levantamentos da Ibá e da FGV, dados de 2019:

•             O Brasil é o maior exportador mundial de celulose;

•             Resultado positivo da balança comercial do setor de celulose e papel: 7,7 bilhões de dólares;

•             Contribuição na formação do PIB nacional: 0,6%;

•             Arrecadação de impostos: R      9,4 bilhões (0,65% do total).

Two Sides desenvolve ações para esclarecer a opinião pública sobre os verdadeiros impactos ambientais do papel, cartão, papelão e da mídia impressa. Lutamos também pela mudança de atitudes em direção a um consumo mais consciente. Acreditamos que nosso trabalho pode ajudar empresas a aperfeiçoar a comunicação sobre boas práticas ambientais evitando que possam ser apontadas como enganosas.”

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