Por Thais Fagury*
Os fabricantes de embalagens de aço estão avançando na criação de mecanismos para que possam cumprir a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). O principal desafio das indústrias de alimentos, tintas, vernizes entre outras é engajar o consumidor, criando programas que permitam que eles descartem de forma correta e com conveniência as embalagens utilizadas, contribuindo para a logística reversa e a reciclagem dos materiais.
Recentemente tivemos na Prolata, programa para a reciclagem de latas de aço criado em 2012, um bom exemplo de como a união de fabricantes de tintas, revendedores de tintas e fabricantes de latas pode acelerar o cumprimento da PNRS. Em 2019, foram inaugurados, na Baixada Santista, nove novos Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) para coleta de latas de tintas pós-consumo. Foi uma iniciativa criada a partir de um grande desafio estabelecido para o setor pelo Ministério Público de São Paulo.
Devido ao alto consumo de tintas na região da Baixada Santista e diante de poucas alternativas para o correto descarte das latas de aço, o Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente (GAEMA), do Ministério Público de São Paulo, liderado pela Promotora Almachia Zwarg, solicitou ao setor uma solução de curto prazo.
Em novembro de 2018, a Associação Brasileira de Embalagem de Aço (Abeaço), criadora e coordenadora da Prolata, a Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas (ABRAFATI) e a Associação dos Revendedores de Tintas do Estado de São Paulo (Artesp) assinaram com o GAEMA um Termo de Cooperação Ambiental que previa a instalação de quatro Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) até novembro de 2020 e outros cinco até novembro de 2021.
A atuação do GAEMA, neste caso, acelerou a implementação de PEVs propostos pela Prolata e engajou o principal interlocutor com consumidor final – o varejo. A cadeia de valor foi positivamente impactada pela iniciativa e pela excelente exposição em mídia que o tema recebeu.
Acreditamos que é papel do fabricante de latas de aço recebê-las de volta e encaminhá-las para revalorização. Mas o sistema de logística reversa deve ser constituído considerando a responsabilidade compartilhada, envolvendo consumidor, fabricantes de embalagens, fabricantes de produtos envasados, varejo e, por fim, a indústria recicladora.