Pesquisa mostra importância da embalagem na decisão de compra

article-2032296-0DA726F300000578-504_468x313A embalagem tem uma importante influência na decisão de compra dos consumidores, que consideram positivos aspectos como a proteção dos produtos e as informações nelas contidas. O volume de resíduos gerado pelas embalagens e a reciclagem ainda incipiente, entretanto, são pontos críticos de sua utilização, segundo aponta pesquisa realizada no Brasil junto a 400 consumidores pela Two Sides, organização sem fins lucrativos com atuação em cinco continentes, que aborda questões relativas ao mercado de produtos impressos em papel.

“As embalagens são fundamentais em todos os setores de atividades e um termômetro da economia. Por isso, buscamos avaliar a percepção do consumidor brasileiro quanto a sua relevância e finalidade, sua destinação pós-consumo e os impactos ambientais decorrentes dela”, diz Fábio Mortara, presidente da Two Sides Brasil.

Segundo a pesquisa, as embalagens influenciam a decisão de compra, com maior ou menor frequência, em 99% dos casos. Para 32%, esta influência é constante e, para 41,75%, é frequente. “A relevância das embalagens para a decisão de compra tem direcionado a indústria a aperfeiçoar cada vez mais os materiais e a tecnologia empregados na fabricação desses produtos”, afirma Mortara.

As características das embalagens que mais influenciam as compras, de acordo com a pesquisa, são sua capacidade de proteger o produto – na opinião de 64% dos entrevistados -, as informações que elas trazem – segundo 52% deles – e a facilidade de abertura ou fechamento, ponto relevante para 47% dos entrevistados. O tamanho das embalagens – mais especificamente, aquelas de menor dimensão -, assim como sua aparência e a matéria-prima utilizada em sua confecção também são fatores levados em consideração pelos consumidores no momento da compra.

Entre as embalagens descartadas, as fontes mais significativas de resíduos, segundo os entrevistados, são os pacotes de cigarro, copinhos de café, pacotes de salgadinhos, canudos e tampas de garrafas e os sacos plásticos. Em contrapartida, sacolas de papel foram apontadas como fontes menos significativas de lixo.

A pesquisa avaliou quais seriam os materiais de embalagem preferidos em relação a vários aspectos, como a capacidade de proteção dos produtos e aumento de sua durabilidade, capacidade de reciclagem, facilidade de abertura ou fechamento, facilidade de armazenamento, peso, praticidade, aparência, reutilização, segurança no uso e robustez, além do impacto ambiental.

Em termos ambientais, quatro em cada dez entrevistados preferem o papel por considerarem que é o melhor para o meio ambiente e por ser mais fácil de reciclar. O peso menor das embalagens de papel foi uma característica apontada por mais da metade dos entrevistados (52%), bem como sua praticidade, atributo citado por 30% dos pesquisados, além de ser um material de uso seguro – aspecto também indicado no caso do vidro.

Quase a metade dos entrevistados considera que a embalagem de vidro proporciona melhor proteção aos produtos (49%), é mais fácil de armazenar (35%), tem a melhor aparência (43%) e é o material mais reutilizável (47%).

O plástico não figurou como material preferido em nenhum dos aspectos questionados e foi apontado como o material menos amigável ao meio ambiente.

A pesquisa realizada pela Two Sides sobre a percepção dos consumidores brasileiros em relação ao mercado de embalagens mostra que 83% deles consideram que a reciclagem destes produtos é difícil, devido a fatores como falta de espaço de armazenamento em suas residências, falta de coleta seletiva onde reside e também devido à falta de interesse, de tempo e da dificuldade em separar os materiais.

Em contrapartida, a maioria dos entrevistados diz que já envia para reciclagem a totalidade das embalagens de papel, metal e plástico daquilo que consome, mas demonstra falta de percepção clara sobre o índice e a capacidade de reciclagem desses materiais.

Os materiais que a maioria das pessoas afirma enviar para reciclagem sempre ou com frequência são o vidro (63%) e o papel (58%), enquanto o plástico e o metal são reciclados em 56% dos casos nessas frequências.

O levantamento revela ainda que 32% dos entrevistados apontam o plástico como o material menos amigável ao meio ambiente, seguido pelo vidro (28%) e metal (24%). O papel aparece na última posição, e foi citado por apenas 23% dos entrevistados.

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