Heineken começa a envasar cerveja em barril no Brasil

Por Flávio Palhares, de Ponta Grossa (PR)*

A Heineken começou a envasar cerveja em barris (kegs) no Brasil, na sua fábrica de Ponta Grossa (PR). Até então, os kegs de 5 litros eram importados da Holanda. O envase é feito no Brasil, mas o barril continua sendo importado, devido à complexa tecnologia envolvida na fabricação da embalagem. O DraughtKeg tem tecnologia desenvolvida e patenteada pela Heineken. O sistema funciona por meio de um cartucho interno com gás carbônico (CO2), que tira a cerveja sob pressão, até o último copo, e deixa o líquido mais cremoso.

Barril tem tecnologia complexa, com cartucho de gás carbônico que tira a cerveja sob pressão

A linha de envase foi importada da Holanda, onde era utilizada na matriz da cervejaria. O Brasil é o primeiro país fora da Holanda a envasar cerveja nesse tipo de embalagem. O que pesou para a escolha do país foi, além do aumento constante do consumo de cervejas premium, a falta de competitividade do produto importado. “Além do dólar alto, a importação do produto, da produção até a chegada ao mercado, leva seis meseso. Como o shelf life da cerveja em barril é de seis meses, o processo logístico é complicado”, explicou o presidente da Heineken Brasil, Didier Debrosse. “Com a produção local, esses problemas são resolvidos, já que a embalagem sai da fábrica direto para a prateleira”, afirmou o executivo.

“É um produto que funciona bem no Brasil e, além disso, ajuda a construir a imagem da marca no país”, acredita Debrosse.

Apesar da produção nacional, o preço para o consumidor, inicialmente, não deve ser alterado. “Ainda não é possível dizer se representará uma queda significativa nos custos. Num primeiro momento, o consumidor final não deve ser impactado”, disse o vice-presidente de Logística da Heineken  Brasil, Erwin Rosen.

A fábrica da Heineken em Ponta Grossa (PR) passou por um processo de ampliação, que começou em janeiro do ano passado, com investimento de mais de 400 milhões de reais. A nova linha entrou em operação nesta quarta-feira (3/8).

A fábrica, que antes produzia apenas as marcas Kaiser e Bavaria, passa a fabricar também os rótulos Heineken, Sol, Desperados e Amstel. A capacidade de produção na unidade aumentou cerca de 40%, para 460 milhões de hectolitros por ano.

Além disso, a fábrica, que antes operava com linhas de envase de garrafas de 600 mililitros, long necks, garrafas shot (250 mililitros) e latas de 355 mililitros, agora passa a acondicionar as bebidas também em latas de 269 mililitros, 473 mililitros e 250 mililitros, além dos barris. O número de SKUs passou para 250.

Uma das novidades, que deve chegar ao mercado em setembro, é a latinha slim de 250 mililitros da Heineken, inédita no mercado.

Além da fábrica de Ponta Grossa, a Heineken tem cervejarias em Jacareí (SP), Araraquara (SP), Gravataí (RS) e Pacatuba (CE).

*O jornalista viajou a convite da Heineken

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