
Nos últimos anos, a pressão para que lançamentos de novos produtos cheguem cada vez mais rápido às prateleiras vem trazendo um desafio aos fabricantes de bens de consumo. As áreas de Pesquisa & Desenvolvimento de Embalagem têm prazos cada vez mais espremidos entre o início do projeto e a data de lançamento, enquanto veem crescer as demandas por qualidade e desempenho operacional das embalagens que criam.
Um grande auxiliar para essas empresas são os protótipos, físicos ou virtuais, aplicáveis em diferentes etapas do processo de desenvolvimento – da ideação aos testes com consumidores. Nessa reportagem especial, EmbalagemMarca traz um breve panorama de algumas das ferramentas à disposição de designers, engenheiros e demais profissionais de embalagem para materializar ideias e validar conceitos com rapidez e baixos custos.
Nas etapas iniciais, mock-ups e protótipos são suficientes para ajudar a colocar todas as pessoas envolvidas no projeto na mesma página, dando forma e cor aos primeiros rascunhos que derivam das pesquisas de mercado. Nesse ponto, não são necessárias peças realistas ou funcionais. O objetivo é auxiliar na compreensão de aspectos como dimensões e ergonomia da embalagem.
Quando o projeto avança, contudo, a importância dos protótipos aumenta, porque as validações precisam respaldar decisões técnicas, a fim de evitar investimentos equivocados e problemas que exijam retrabalho. E as soluções disponíveis no mundo da prototipagem começam com simulações feitas com softwares, emulando no ambiente virtual as condições reais por que a embalagem passará.
Exemplo disso é a plataforma 3DExperience (que inclui softwares consagrados como Catia, SolidWorks e Simulia, entre outros), da Dassault Systèmes, empresa que é referência nesse tipo de ferramenta. Como explica Aline Chevalier, executiva de clientes para América Latina da empresa, “essa plataforma integra design, simulação e manufatura com soluções que ajudam as empresas a projetar, testar e validar produtos de maneira mais eficiente e precisa, por meio de ‘gêmeos virtuais’, fazendo com que as equipes de design, engenharia e produção colaborem de forma eficaz, em tempo real”. Segundo Aline, isso permite que se analise como as embalagens se comportarão durante o transporte e o armazenamento, por exemplo, apontando para a necessidade de ajustes antes de se partir para a produção propriamente dita. “É possível otimizar o uso de materiais, melhorar processos de produção e garantir que a embalagem atenda às necessidades de funcionalidade e sustentabilidade com um custo mais baixo e menos riscos, com ganho considerável de tempo.”
Protótipos físicos também ajudam muito nesse processo. “A prototipagem é fundamental para a validação geométrica, estética e funcional de qualquer item”, afirma Renato Pradillas, gerente comercial da Comprint na Divisão de Manufatura Aditiva, que engloba impressoras 3D para uso industrial e alta performance e scanners portáteis destinados à engenharia reversa e inspeção de peças. “Em se tratando de uma embalagem, a prototipagem se torna ainda mais crucial, pois permite a identificação prévia e a correção de todas as possíveis interferências no processo produtivo.”
Pradillas exalta, também, o grau de realismo dos protótipos gerados nos equipamentos StrataSys (que a Comprint representa). “Temos uma tecnologia multimaterial que entrega peças ultrarrealistas, com variação de dureza e textura na mesma impressão, com cores validadas na escala Pantone”, conta ele. Trata-se de um recurso não desprezível para validar as decisões de design. “E temos tecnologias que permitem a fabricação de protótipos funcionais para testes que exigem propriedades específicas, como resistência mecânica, térmica e de biocompatibilidade.”