
A indústria da lata de alumínio reforçou sua resiliência e otimismo para os próximos anos durante o Encontro da Lata, evento organizado pela Abralatas, no último dia 5 de novembro, em São Paulo (SP). Líderes do setor apontaram o papel estratégico da embalagem para o desenvolvimento sustentável e a retomada do consumo no país.
“A inflação começa a mostrar uma tendência de baixa, e isso é muito animador para 2025. O setor tem se mostrado sólido e seguro: o investimento necessário para falsificar uma lata é extremamente alto, o que garante sua confiabilidade. Além disso, precisamos de um tratamento tributário que reconheça o valor ambiental da embalagem e a torne ainda mais atrativa para os investidores”, afirmou Jorge Bannitz, presidente da Ardagh Metal Packaging.
Para Fauze Villatoro, diretor comercial da Ball Corporation, a renda disponível do consumidor é determinante para o desempenho do setor. “Quanto mais se gasta com itens básicos, menos sobra para consumir líquidos. Ainda assim, a água em lata cresce de dois a três dígitos ao ano desde 2019, um avanço expressivo que mostra a força do formato, mesmo com o desafio do preço do alumínio, que praticamente dobrou nos últimos dois anos, e da concorrência com o plástico e o vidro”, disse.
Paulo Dias, diretor-geral da Canpack, destacou que a lata vem ampliando sua presença em novas categorias. “O consumo de cerveja sempre liderou o uso da lata, mas o crescimento de produtos como água, bebidas funcionais e energéticos mostra uma mudança cultural importante. Ver uma água em lata em restaurantes e bares representa um novo comportamento de consumo. É uma oportunidade de expansão e posicionamento mais premium”, ressaltou.
Já Wilmar Arinelli, presidente da Crown Embalagens, lembrou que o setor deve ficar estável em 2025 após um crescimento de 7,5% em 2024, impulsionado por fatores climáticos e aumento da renda. “Temos que olhar o filme, e não a foto. Nos últimos dez anos, o setor cresceu mais de 40% e segue resiliente. Para 2026, as perspectivas são muito positivas, com Copa do Mundo, eleições e novas políticas de estímulo ao consumo”, afirmou.
Os executivos também reforçaram que a segurança e a rastreabilidade da lata continuam sendo diferenciais no combate à adulteração de bebidas, um problema que ainda atinge cerca de 30% dos produtos consumidos no Brasil.


