CBA tem lucro recorde em 2021

Companhia Brasileira de Alumínio (CBAV3) registrou resultados históricos em 2021, com receita líquida consolidada de R$ 8,4 bilhões e EBITDA ajustado de R$ 1,5 bilhão, crescimentos de 56% e 133% acima do mesmo período de 2020, respectivamente. A Companhia fechou o período com lucro líquido de R$ 838 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 880 milhões do ano anterior, que havia sido impactado pela crise financeira que se seguiu à pandemia da Covid-19. Além dos números, o ano passado também foi um marco para a CBA, que deu andamento a vários projetos de expansão viabilizados pelo IPO (oferta pública de ações, da sigla em inglês), reforçando seu modelo de negócio de integração vertical, com autossuficiência de bauxita, alumina e energia e produção de alumínio de baixo carbono, contribuindo para uma economia mais sustentável.

O forte desempenho do preço do alumínio na LME (London Metal Exchange), que alcançou uma média anual de US$ 2.480/t, alta de 46% em relação a 2020, refletiu positivamente nos números da empresa. China e Europa enfrentaram crises energéticas levando a fechamentos de parte da capacidade dos smelters nas duas regiões, diminuindo a oferta no mercado e pressionando o preço do alumínio. Além disso, o avanço da vacinação no mundo e a reabertura dos mercados trouxeram o crescimento e a confiança de volta, com maior procura pelo produto. Há uma demanda firme pelo alumínio, mas a oferta tem estado mais restrita nos últimos trimestres por causa da crise energética. Os níveis de estoques da indústria global estão chegando a níveis críticos. Todos esses fatores vêm impulsionando o preço do alumínio, o que favoreceu o resultado.

O modelo da CBA de produção integrada, com autossuficiência de bauxita, alumina e energia, desenvolvido nos seus 66 anos de existência, possibilita à Empresa suprimento de insumos a baixo custo, flexibilidade operacional para se ajustar às dinâmicas do mercado, além de colaborar para a menor volatilidade do fluxo de caixa. Problemas de fornecimento global de alumina, por exemplo, terão impacto reduzido na CBA, que desenvolve o próprio insumo. A integração vertical vem conferindo resiliência e solidez à companhia, além de diversificação de produtos. No ano passado, mesmo com parte dos negócios operando de forma remota, o volume total de vendas atingiu 485 mil toneladas, ante 441 mil toneladas em 2020. O crescimento foi observado também em todas as linhas de produto, incluindo primários (lingote, alumínio líquido), produtos fundidos de valor agregado (como tarugo, vergalhão e lingote liga), transformados (folhas, chapas e extrudados) e reciclados.

No ano passado, a CBA assumiu a gestão da totalidade das 21 hidrelétricas próprias, antes feita pela Votorantim Energia em contrato de prestação de serviço, que, juntamente com a participação em consórcios, supre praticamente a totalidade de seu consumo de energia elétrica para a produção de alumínio primário, o que garante alta competitividade em custos (o gasto com energia representa, na média da indústria, aproximadamente 33% do custo total de produção). Também em 2021, adquiriu os ativos de autoprodução de energia eólica Ventos de Santo Anselmo e Ventos de Santo Isidoro, com 171,6 MW de capacidade instalada entre os estados de Pernambuco e Piauí.

Essas iniciativas tornam a CBA uma das produtoras de alumínio primário com menor emissão de gases de efeito estufa (GEE) do mundo. A empresa tem como objetivo reduzi-las em 40% na média dos produtos fundidos, desde a mineração e implementando outros projetos nas atividades em reciclados, conforme estratégia ESG da CBA. A aquisição em novembro da Alux, importante fabricante de alumínio produzido a partir da reciclagem, aprovada pelo Cade em janeiro, reforça o posicionamento da CBA no mercado de reciclagem, contribuindo para a economia circular e produção de alumínio com pegada de carbono cada vez menor. Esta transação foi concluída em janeiro de 2022. Também em novembro de 2021, a CBA inaugurou um forno Sidewell na Metalex, aumentando a capacidade de produção de tarugos de 75 mil para 90 mil toneladas/ano, sendo essa a primeira etapa do investimento total de R$ 115 milhões que integra a estratégia, anunciada no IPO, de ampliação da produção de alumínio reciclado da CBA.

Um dos projetos mais representativos está na Fábrica de Alumínio (a 70 quilômetros da capital paulista), onde a CBA deixou de operar caldeiras movidas a óleo ou gás natural e instalou uma Unidade de Produção de Vapor (UPV), alimentada por cavacos de madeira de eucalipto obtidos de áreas de reflorestamento. O resultado é a redução de 43% na intensidade das emissões específicas de gases de efeito estufa nesta etapa da produção já no primeiro ano após a implantação. A CBA também foi escolhida pelo Ministério do Meio Ambiente para representar o alumínio do Brasil na COP-26, por meio da apresentação desse projeto.

Recorde também no último trimestre do ano

Com uma receita líquida de R$ 2,4 bilhões (+54% sobre 4T20), lucro líquido de R$ 615 milhões e EBITDA ajustado de R$ 501 milhões (+198% sobre 4T20), a CBA alcançou resultados históricos também no último trimestre do ano. A crise energética na Europa e China continuou impactando o mercado de alumínio, resultando em preços elevados de energia e cortes de capacidade nessas duas regiões, o que refletiu em relevante aumento no preço do alumínio na LME (London Metal Exchange) durante o 4T21, que chegou a atingir o mais alto valor dos últimos 13 anos, US$ 3.180/t em outubro de 2021, encerrando o trimestre com o preço médio de alumínio na LME de US$ 2.762/t. No Brasil, a crise hídrica teve impacto menor nos resultados da CBA. Com a melhora da afluência a partir da segunda quinzena de setembro e recuperação dos reservatórios ao longo de todo o período, por conta das chuvas acima do histórico recente, os preços de energia no mercado sofreram uma redução significativa ao longo do 4T21.

A demanda de alumínio primário global aumentou em 1,7% no 4T21 comparado ao mesmo período do ano anterior. No entanto, quando comparado com o 3T21, houve retração de 0,6%, o que indica estabilidade na demanda do metal, refletindo acomodação da atividade econômica após período de crescimento. A demanda firme de alumínio e a menor disponibilidade de oferta resultaram em aumento do déficit no mercado global, passando de -108kt no 4T20 para -229kt no 4T21. Os estoques continuaram seu movimento de queda, fechando o ano em 52 dias de consumo, sendo esse um dos menores valores da história.

Em dezembro de 2021, a CBA fez a primeira emissão de debêntures, no valor de R$ 230 milhões, caracterizada como verde. Os recursos captados serão destinados a projetos com objetivo de melhorar o desempenho ambiental da estrutura produtiva da Companhia. Ainda em dezembro de 2021 a Companhia resgatou parte do saldo em aberto dos Bonds no montante de US$ 50 milhões, reduzindo a concentração de vencimentos em 2024 e otimizando o perfil da dívida, encerrando o trimestre com uma alavancagem de 1,08x, que reforça a disciplina financeira da CBA

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